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Estes são os projetos espaciais de exploração mais esperados de 2019

Este ano teremos a celebração do 50º aniversário da missão Apollo 11, a primeira espaçonave tripulada a pousar na superfície da Lua. Meio século desde este evento histórico, parece que a atenção tem se voltado – de novo – à exploração do satélite natural do nosso planeta, como mostram três das cinco maiores expedições esperadas para 2019, que têm como finalidade chegar à Lua.

Reconquistar a Lua tornou-se o objetivo de governos e empresas ao redor de todo o mundo, como, por exemplo, a companhia israelense SpaceIL, que irá lançar o projeto “Beresheet” – o que significa “gênesis” em hebreu.

Os experimentos científicos conduzidos pela SpaceIL e o Instituto Weizmann irão medir do campo magnético do lado visível do satélite natural da Terra.

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Da Lua à Marte

Por que é tão importante chegar à Lua? Um dos principais objetivos é estabelecer uma base na sua superfície para permitir um ponto de partida para a exploração de outros planetas, como Marte, por exemplo.

“Levar humanos em segurança para o Planeta Vermelho será muito mais difícil do que a maior parte das pessoas pensam,” disse Adrian Michael Cruise, presidente da Sociedade Astronômica Real e professor da Universidade de Birmingham, no Reino Unido.   De acordo com Cruise, a radiação que os astronautas irão encarar em Marte é de dez a cem vezes maior que os limites de segurança na Terra.

“Mesmo as provisões de comida e água para a viagem de mais ou menos dezoito meses seria incrivelmente desafiadora. Além desses desafios, existe a dúvida se levar humanos para lá é uma boa ideia.”

“Atualmente nós acreditamos que Marte é um planeta que pode ter condições adequadas para a vida. O envio de sondas e instrumentos é uma forma de estudar se formas alternativas de vida desenvolveram-se lá”, disse o pesquisador avisando: “Assim que o primeiro humano chegar em Marte, existe o perigo de que contaminemos o planeta com nossos vírus e bactérias, destruindo o que poderia haver de evidências sobre como a vida desenvolveu-se no Sistema Solar”.

Entrevista: Adrian Michael Cruise

Presidente da Sociedade Astronômica Real e professor da Universidade de Birmingham

Por que a maioria dos projetos espaciais de exploração focam a Lua?

Várias nações querem enviar sondas e astronautas para a Lua. Durante a década de 60, quando a exploração lunar era um assunto em alta, as missões da agência espacial Nasa só visitavam regiões restritas da superfície do planeta, por isso ainda há para ser descoberto.

Estudos em áreas que não foram visitadas pelas missões Apollo irão aumentar o nosso conhecimento de como a Lua mudou ao longo de sua história. Outra razão para enviar missões para lá é que será um importante ponto de partida se quisermos nos aventurar com mais profundidade pelo Sistema Solar.

Quais são as similaridades e diferenças entre a atual corrida espacial e aquela dos anos 60 e 70?

Nós vivemos em uma era diferente, tanto cientificamente quanto politicamente. As nossas sondas espaciais são muito mais sofisticadas em termos de alcance e detecção, então hoje nós estamos mais limitados pela falta de ideias que pelas deficiências da tecnologia.

Muitos dos problemas que estão sendo estudados do espaço nem eram conhecidos 50 anos atrás. Agora, nós queremos saber mais a respeito das mudanças climáticas, entender a matéria escura e energia escura além de procurar exoplanetas que podem sustentar alguma forma de vida.

Quais são os principais desafios para a exploração espacial este ano?

Exploração espacial é parte integral das nossas ferramentas para entender o mundo a nossa volta e muitos dos nossos desafios para o futuro envolvem atividades no espaço.

Alguns dos desafios irão precisar que apliquemos a tecnologia que desenvolvemos para estudar as superfícies e atmosferas de outros planetas, como Mercúrio e Júpiter. Esse conhecimento que adquirimos sobre como outros planetas evoluem irá nos ajudar a melhor entender o que está acontecendo aqui, na Terra.

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