Governo do Estado e Prefeitura de São Bernardo se reúnem nesta quinta-feira (21) com a direção da Ford na tentativa de reverter a decisão da montadora de deixar a cidade. O primeiro encontro após o comunicado na terça (19) começou às 10h, no Palácio dos Bandeirantes.
A montadora foi criticada pelo prefeito Orlando Morando por não ter dialogado antes da decisão, como tem feito a GM em São Caetano. “Tomar medidas da forma como a Ford está tomando mostra um profundo desrespeito com o Brasil”, disse em entrevista ao Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes. O município ingressou na tarde de ontem com ação contra a montadora no Ministério Público do Trabalho.
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A unidade emprega 2.800 funcionários diretos e 1.500 terceirizados, de acordo com estimativa do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) calcula que cada emprego gerado pelo setor resulte em outros nove indiretamente, em vagas na cadeia que abastece a montadora e concessionárias. Desta forma, o fechamento pode resultar em quase 40 mil desempregados. A Ford não detalhou se todos os trabalhadores serão dispensados, mas o sindicato diz que há poucas chances de transferências.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, prevê problemas para os metalúrgicos voltarem ao mercado. “Imagina a dificuldade do trabalhador que passou 20 anos aqui, tem problema na coluna, no braço, não ouve direito por ter trabalhado em áreas ruidosas. A maioria vai sair daqui e não ter o que fazer, parte deles às vésperas da aposentadoria.”
Santana diz que a entidade não reconhece o anúncio de fechamento e irá lutar para revertê-lo. A fábrica está paralisada, com retorno previsto para a terça-feira, quando haverá assembleia.
Justificativa
A empresa diz que o fechamento é consequência de reestruturação global que optou pelo fim da fabricação de caminhões na América do Sul. A unidade de São Bernardo produzia apenas o New Fiesta Hatch, que sairá de linha, e caminhões dos modelos Cargo e Série F.