Cuidado: pode ter um escorpião perto de você. Não, ele não vive só no mato. Porões, quintais com entulho, galerias de esgoto e caixas de passagem de fios elétricos são lugares onde o animal é encontrado.
“Ele está bem adaptado ao ambiente urbano”, afirma Carlos Roberto de Medeiros, diretor do Hospital Vital Brazil, referência em atendimento de ataques de animais peçonhentos.
“Na natureza, o escorpião tem predadores e a competição pela sobrevivência, pois ele se alimenta de insetos vivos. Na cidade ele tem baratas à vontade para comer, lugar para ficar, sem predadores”, explica.
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As autoridades de saúde estão em alerta devido ao aumento do total de ataques nos últimos cinco anos – 122% de alta nos registros e 600% nos óbitos no estado. Na capital, o aumento foi de 37% em 2018 sobre 2017.
No fim de janeiro, tendo em vista essa disparada, o Instituto Butantan organizou um treinamento inédito para profissionais de saúde com foco no animal.
A espécie mais comum nas cidades é o escorpião-amarelo (Tityus serrulatus). O biólogo Giuseppe Puorto, do CRBio-01 (Conselho Regional de Biologia – 1ª Região), explica que ele se reproduz por partenogênese: a fêmea se reproduz sozinha, sem o macho.
Medeiros, do Vital Brazil, diz que as crianças são as vítimas que mais morrem, mas adultos também podem ir a óbito após uma picada. Por isso, destaca que é importante procurar atendimento médico rápido em caso de ataque.
E não adianta inseticida: o animal tem um sensor que indica a contaminação do ambiente e o evita, afirma Medeiros.