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Brumadinho: Empresa alertou sobre riscos em barragem

Barragem se rompeu no dia 25 de janeiro Gaspar Nobrega/SOS Mata Atlântica

A Vale foi avisada sobre falhas no sistema de sensores da barragem que se rompeu. A constatação aconteceu após depoimentos à Polícia Federal dos engenheiros da Tüv Süd, que ficaram presos  por alguns dias devido ao desastre em Brumadinho (MG).

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Segundo a investigação, Makoto Namba e André Yassuda foram questionados sobre uma troca de mensagens entre dirigentes da mineradora, da companhia alemã e de uma terceira empresa.

Os e-mails, enviados entre os dias 23 e 24 de janeiro – a barragem rompeu dia 25 –, falam sobre dados discrepantes registrados pelos sensores de medição de nível e pressão dos rejeitos, além de alertar que cinco desses equipamentos não estavam funcionando. As informações são do portal “G1”.

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Após ler os e-mails para o engenheiro Makoto Namba, o delegado da PF que conduziu o depoimento perguntou o que ele faria se seu filho estivesse no local. Namba disse que ligaria dizendo para deixar imediatamente a região e alertaria o setor de emergência da Vale.

Namba e outro engenheiro da Tüv Süd , André Yassuda, foram os responsáveis por um relatório que atestava a segurança da barragem. Ambos foram presos, mas acabaram soltos pela Justiça.

Além dos investigados, a polícia ainda vai ouvir especialistas para tentar desvendar as causas do desastre.

Uma das hipóteses é que essas alterações nas medições e falhas nos sensores podem ter contribuído com a tragédia. Uma das causas do rompimento pode ter sido o excesso de água ou a liquefação dos rejeitos.

Pressão

Namba também disse à PF que foi pressionado por funcionário da Vale para assinar o laudo de estabilidade da barragem. Mesmo com a preocupação de que não fossem cumpridas as recomendações, ele disse que assinou o documento por medo de perder o contrato. No relatório, a Tüv Süd dizia ser necessário reparos na drenagem e a instalação de equipamentos de medição adicionais.

Em nota, a Vale informou que está “colaborando com as autoridades” e que “entregou voluntariamente documentos e e-mails, no segundo dia útil após o evento, para procuradores da República e delegado da Polícia Federal”. Disse, também que “se absterá de fazer comentários sobre particularidades das investigações de forma a preservar a apuração dos fatos”. 

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