Brumadinho pode ter surtos de dengue, febre amarela e outras doenças
A Fundação Oswaldo Cruz aponta para a possibilidade de surtos de dengue, febre amarela e esquistossomose para os moradores de Brumadinho, em Minas Gerais.
O estudo, divulgado nesta terça-feira (5), detectou os impactos imediatos para a população e para o bioma da cidade mineira, depois do rompimento da barragem Córrego do Feijão, administrada pela mineradora Vale, há pouco mais de uma semana.
O documento também apontou a possibilidade de hipertensão, diabetes, além de depressão e ansiedade com possíveis males as pessoas em contato com a região contaminada.
O estudo foi realizado com base em dados do IBGE, da Agência Nacional das Águas e do Departamento de Informática do Ministério da Saúde.
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Os sistemas de alerta e alarme, assim como de recuperação e reconstrução das condições de vida em médio e longo prazos na região, são algumas das propostas da Fundação para a prevenção de futuros desastres e para a manutenção da saúde no local. A perda de biodiversidade, além da mortandade de peixes e répteis, também é observada na análise.
O pesquisador da FioCruz Cristóvam Barcellos cita ainda outros desastres ambientais que culminaram em problemas para a população e o meio ambiente, como em Mariana, também em Minas Gerais, que após o rompimento de uma outra barragem, deixou 19 mortos.
Os rios da região também podem ter danos irreversíveis caso não sejam monitorados.
Isso porque a contaminação da água pelos rejeitos pode ser percebida pela turbidez da água, como afirma o estudo da FioCruz.
Outros componentes químicos podem, ainda, ser transportados a longas distâncias pelo Rio Paraopeba e, ao longo do tempo, para o rio São Francisco.