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Policiais Federais lamentam nova soltura de Beto Richa: “Desmotivação”

O Sindicato dos Policiais Federais do Estado do Paraná (Sinpef/PR) afirmou, nesta sexta-feira, 1, «lamentar» a decisão do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, que determinou a soltura do ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB). O tucano foi preso pela segunda vez na sexta-feira, 25, na 58ª fase da Operação Lava Jato, por suposta participação em esquema de fraude na gestão das concessões rodoviárias federais do estado.

Esta é a segunda vez que Richa é solto. Ele chegou a ser encarcerado em setembro de 2018, em meio à Operação Radiopatrulha, que mirava supostos desvios em programa para a recuperação de estradas rurais do estado. Poucos dias depois, no mesmo mês, foi solto por ordem do ministro Gilmar Mendes.

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Para Noronha, a prisão de Beto Richa era precipitada e motivada por fatos praticados há mais de sete anos.»Além disso, a realidade é outra, houve renúncia ao cargo eletivo, submissão a novo pleito eleitoral e derrota nas eleições. Ou seja, o que poderia justificar a manutenção da ordem pública – fatos recentes e poder de dissuasão – não se faz, efetivamente, presente», disse o presidente do STJ.

«Os policiais federais receberam a notícia com indignação, especialmente pela concessão adicional de salvo conduto em favor de Richa. Na avaliação dos policiais federais, além da clara possibilidade de o ex-governador exercer influência sobre as investigações, a medida revela o descompasso entre os profissionais de segurança pública e o Judiciário no combate à corrupção. O sentimento é de desmotivação», afirma o Sindpef.

O ex-governador do Paraná deixou por voltas das 10 horas desta sexta-feira, 1, o Complexo Médico Penal de Pinhais, nos arredores de Curitiba.

Beto Richa deixou o governo do Paraná em abril do ano passado para disputar o Senado, mas não foi eleito.

Presidente do STJ suspende investigação de Richa

O presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro João Otávio de Noronha, deferiu liminar para suspender a prática de «qualquer ato na ação penal» contra o ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) e seu irmão José Richa Filho, o Pepe Richa, até o julgamento de mérito do habeas corpus impetrado em favor dos dois, ou deliberação posterior do relator do caso.

O mérito do pedido de habeas será julgado pela Sexta Turma, ainda sem previsão de data, sob a relatoria da ministra Laurita Vaz.

Até lá, o juízo estadual responsável pelo caso poderá apenas praticar «atos estritamente necessários à preservação de provas»

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