De volta ao trabalho nesta sexta-feira (1) 513 deputados federais e 54 senadores tomam posse nos mandatos conquistados nas eleições de outubro.
No alvoroço dos reencontros e do início de novos mandatos, ocorre também a votação para a escolha do comando da Mesa Diretora do Senado e da Câmara.
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Da maior importância
O resultado das eleições do comando das duas Casas será crucial para a aprovação (ou não) de agendas do governo, como a reforma da Previdência. É a Mesa Diretora que define qual pauta será debatida.
Pela primeira vez, a articulação entre Congresso e governo se dará por meio de um militar, o secretário de Governo, general Carlos Cruz, que contará com apoio de ex-parlamentares para o diálogo.
R$ 33,7 mil é o salário mensal dos deputados e senadores, desde 2014. Projeto pretende aumentar esse valor para até R$ 38 mil
Recado
Como é de praxe, o presidente Jair Bolsonaro mandará uma mensagem ao novo Congresso. O porta-voz Otávio Rêgo Barros, antecipou alguns pontos: “Levaremos ao Congresso uma proposta que auxilie no combate ao crime organizado e à corrupção”. A mensagem também defendia uma Previdência “mais humana e justa”.
Mesa Diretora
Confira como é a composição do órgão de direção:
- Presidente
Preside sessões e coordena pautas de votações. - 1º vice-presidente
Substituto imediato do presidente. - 2º vice-presidente
Segundo substituto do presidente e cuida da parte administrativa - 4 secretários
Cada secretário possui uma função distinta: o 1º é o superintendente administrativo. O 2º é responsável por passaportes e contato com embaixadas. O 3º cuida de pedidos de licença e faltas. O 4º fica encarregado de pedidos de auxílios e outros benefícios. - 4 suplentes de secretários
Substituem os secretários e participam das reuniões da Mesa.
Senado: Renan articula ocupar presidência pela 5ª vez
Experiente na disputa e com 18 inquéritos nas costas, Renan Calheiros (MDB-AL) segue de olho na cadeira pela quinta vez. Com a preferência declarada, ontem, pela bancada emedebista, o senador alagoano deixa para trás, por sete votos a cinco, a pretensão de Simone Tebet (MDB-MS) de se lançar ao posto pelo partido.
Nos corredores, senadores tentaram convencer Simone a deixar o MDB e seguir com sua candidatura em outro partido, mas ela desistiu.
No polo contrário estão mais sete candidatos oficializados. O democrata Davi Alcumbre (AP), por exemplo, tem, à sombra, o apoio do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
Em uma briga regimental, Renan digladia por uma votação secreta. Do outro lado, rivais lutam para que o voto seja aberto, evitando que, na carona de escolhas veladas, o alagoano vença. Em protesto, a oposição a Renan avalia, até mesmo, esvaziar a sessão e empurrá-la para a próxima semana.
Câmara: Maia segue como favorito; oposição se une em bloco
A votação na Câmara tem um quadro mais definido. O nome de Rodrigo Maia (DEM-RJ), atual presidente da Câmara, surge como o favorito ao cargo e já conta com o apoio de 16 partidos, somando votos de mais de 290 deputados – número suficiente para se eleger. Se confirmado, será o quarto mandato de Maia no comando da Casa.
Correndo por fora, as bancadas do PT, do Psol, do PSB e da Rede anunciaram, ontem, a formação de um bloco parlamentar de 98 deputados contra Maia. A ideia é conseguir conquistar cadeiras como da liderança da minoria e até na Mesa Diretora.
Embora tenham fechado o grupo opositor, as legendas não definiram um candidato único: Marcelo Freixo (RJ) ainda sai pelo Psol e JHC (AL), pelo PSB.
Segundo a assessoria do líder do PT Paulo Pimenta (RS), a tendência da maior bancada – formada por 56 deputados – é de dar apoio a Freixo. Mas a decisão ficou para esta sexta.