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Protestos na Venezuela deixam mais de 40 mortos; 850 pessoas foram presas

Mais de 40 pessoas morreram e 850 foram detidas nos diversos protestos ocorridos durante a última semana na Venezuela contra o governo de Nicolás Maduro, informou nesta terça-feira (29) a Organização das Nações Unidas (ONU).

De acordo com o porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Rupert Colville, entre as vítimas fatais, cerca de 26 foram mortas por disparos de agentes das forças de segurança, 5 em invasões de casa e 11 durante saques. Um dos mortos foi identificado como um membro da Guarda Nacional Bolivariana.

Ele teria sido assassinado durante atos no estado de Monagas, no nordeste da Venezuela. Além disso, entre os dias 21 e 26 de janeiro, segundo Colville, pelo menos 850 pessoas foram presas, sendo 77 menores de idade, algumas delas com 12 anos. Somente no dia 23, quando o líder da Assembleia Nacional do país, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente, ocorreram 696 detenções. O número é considerado «o maior registrado em um só dia [na Venezuela] durante os últimos 20 anos», informou o representante da ONU.

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Nesta semana ainda estão previstas novas manifestações contra Maduro, principalmente depois que Guaidó foi reconhecido como presidente interino da Venezuela por diversos países, incluindo Brasil, Estados Unidos, além do Grupo de Lima. A União Europeia, por sua vez, defende novas eleições no país.

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Defesa de Maduro

A Rússia e China, por outro lado, têm defendido Maduro, que ainda conta com apoio das forças militares da Venezuela.  Hoje, um dia depois do governo de Donald Trump anunciar a imposição de sanções contra a empresa estatal petrolífera da Venezuela, a PDVSA, a Rússia disse que fará a «defesa de seus interesses».

Segundo o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, «trata-se de uma questão comercial». «Certamente que estamos analisando todas as consequências possíveis dessas medidas restritivas».

Nesta segunda-feira (28), Washington anunciou o congelamento de US$7 bilhões em ativos da PDVSA, o que deve gerar a perda de pelo menos US$11 bilhões em exportações, na tentativa de evitar o desvio de ativos para Maduro. A medida também foi criticada pela China que afirmou que os Estados Unidos serão responsáveis pelas sanções.

«Nós nos posicionamos contra sanções unilaterais. A história mostra que intervenções ou sanções estrangeiras só complicam a situação, sendo incapazes de resolver o problema», disse Geng Shuang, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China.

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