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Brasil voltou a criar vagas com carteira assinada em 2018

Camila Domingues/Palácio Piratini

O Brasil abriu 529.554 vagas formais em 2018, criando postos com carteira pela primeira vez desde 2014. Foi também o melhor resultado anual desde 2013, quando o país gerou 1,139 milhão de vagas, segundo dados divulgados ontem pelo Ministério da Economia.

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O resultado representa uma forte melhoria em relação a 2017, ano em que foram fechados 11.964 postos. Ainda assim, o Brasil contabiliza pouco mais de 12 milhões de desempregados, segundo os números mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

“Pela primeira vez desde 2014 estamos tendo inflexão positiva dos números do emprego formal do Brasil”, disse o secretário especial da Previdência e Trabalho, Rogério Marinho.

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Ele ressaltou que o “equívoco das políticas econômicas” resultou na diminuição drástica das vagas nos últimos anos e que “esses erros não podem se repetir no futuro”.

Segundo Marinho, o governo de Jair Bolsonaro irá aprofundar as mudanças na legislação trabalhista para melhorar o quadro do emprego formal no país. O secretário, que foi relator da reforma trabalhista aprovada em 2017, disse ainda que a expectativa é que o resultado de 2019 seja mais robusto que o de 2018, embora não tenha detalhado números.

O setor que gerou mais empregos foi o de serviços, com 398,6 mil, seguido por comércio (102 mil).

A administração pública foi a única a registrar saldo negativo, 4,19 mil. Segundo a secretaria, essas demissões devem ter ocorrido pela restrição fiscal em estados e municípios e são referentes apenas a trabalhadores celetistas.

São Paulo foi o estado que mais gerou empregos (146,6 mil), seguido por Minas Gerais (81,9 mil) e Santa Catarina (41,7 mil). Os maiores saldos negativos foram Mato Grosso do Sul (3,1 mil), Acre (961) e Roraima (397).  

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Quase 10% dos postos são de trabalho intermitente

Os contratos de trabalho intermitente, modalidade criada com a reforma trabalhista implantada em 2017, representam 9,4% do saldo total de empregos formais gerados no país no ano passado, de 529,5 mil vagas.

Em 2018, mais de 50 mil postos de trabalho foram abertos por contratos intermitentes – quando não há jornada fixa regular e o profissional é chamado de acordo com a necessidade do empregador.

A maioria das vagas na modalidade veio do setor de serviços, com 21,8 mil postos. Em seguida, aparecem comércio (12,2 mil postos) e construção civil (8,3 mil).

Já o trabalho parcial – que permite jornada de até 30 horas semanais ou 26 horas mais seis horas extras – registrou saldo positivo de 21,3 mil de contratos.

No total das duas modalidades, cerca de 3 mil trabalhadores tinham mais de um contrato de trabalho.  

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