A linha que traça o número de homicídios no Brasil bateu o seu recorde com 63.880 casos em 2017. O dado foi apresentado pela 29ª edição do Relatório Mundial de Direitos Humanos, publicado nesta quinta-feira pela ONG internacional HRW (Human Rights Watch).
O documento faz uma análise da situação dos direitos humanos em mais de cem países. No capítulo dedicado ao Brasil, logo no primeiro parágrafo, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) é definido como alguém que “endossou a prática de tortura e outros abusos e fez declarações abertamente racistas, homofóbicas e misóginas”.
O diretor-executivo da entidade, Kenneth Roth, afirmou que os populistas que espalham ódio e intolerância em vários países estão criando resistências e ressaltou a importância de defender os direitos humanos, mesmo “em tempos tão sombrios”.
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Superlotação
Pesquisas da HRW mostram que muitos dos assassinatos cometidos por policiais são execuções extrajudiciais. Fato que, segundo o relatório, coloca as comunidades contra a polícia, alimentando a onda de violência.
Outro ponto levantado é a urgência de reduzir o número de detentos provisórios. “A superlotação e a falta de pessoal tornam impossível que as autoridades prisionais mantenham o controle de muitas prisões, deixando os presos vulneráveis à violência e ao recrutamento por facções”, diz o documento.
Apoio enxuto
O relatório indica que a rede de proteção à mulher enfraqueceu. Dados revelam que o número de centros especializados de apoio às mulheres caíram, em 2017, para 241 – 15 a menos que 2016. No mesmo período, 7 de delegacias da mulher foram fechadas.
Demora
Na aba dedicada aos migrantes, o texto afirma que o governo tem demorado para integrar os mais de 5 mil venezuelanos à sociedade brasileira. “A maioria das crianças em abrigos não frequenta a escola e muitos ainda não têm documentos”, critica o relatório.