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Justiça aguarda defesa de Elian Santana antes de decidir se vai torná-la ré por fraudes no INSS

A Justiça Federal aceitou denúncia do MPF (Ministério Público Federal) contra quatro pessoas envolvidas em esquema de fraudes ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). A investigação é parte da operação Barbour, que resultou no ano passado na prisão da vereadora de Santo André Elian Santana (SD) por 18 dias.

O processo segue em segredo de Justiça e os nomes dos quatro primeiros réus são mantidos em sigilo. Mas, de acordo com o MPF, Elian não está entre eles. O órgão diz que a Justiça aguarda a manifestação das defesas da vereadora e de um outro acusado para incluí-los na lista de réus.

De acordo com a denúncia, o grupo aliciava pessoas, a maioria bancários, interessadas em supostos serviços de assessoria previdenciária para antecipar a aposentadoria.

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Em troca, cobrava valores entre R$ 8 mil e R$ 15 mil. Feito o acordo entre as partes, os beneficiários enviavam – muitas vezes diretamente ao gabinete da parlamentar – os documentos pessoais requeridos, que, junto a outros papéis forjados pelos criminosos, eram encaminhados à agência do INSS em Diadema para a conclusão das fraudes. Um servidor público do local incluía as informações falsas no sistema e liberava o benefício.

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O MPF estima que as fraudes tenham gerado a liberação de centenas de aposentadorias irregulares entre 2017 e 2018. Até agora, as autoridades já identificaram 26 desses benefícios, correspondentes ao pagamento de R$ 713,5 mil aos destinatários desde sua concessão.

Dois bancários favorecidos pelo esquema estão entre os réus, diz o MPF. Um deles, de 47 anos, teria pago R$ 9 mil pelos serviços do grupo, que resultaram na obtenção de aposentadoria de R$ 3 mil mensais a partir de setembro do ano passado. O outro, de 50 anos, teria sido contemplado no mesmo mês. Após pagar R$ 10 mil aos fraudadores, ele passou a receber quase R$ 3,5 mil de aposentadoria.

O grupo é acusado no processo por falsificação de documentos, inserção de dados falsos em sistemas públicos informatizados, peculato e associação criminosa.

A reportagem não conseguiu localizar a defesa da vereadora Elian Santana. Em entrevista ao “Fantástico”, da “TV Globo”, no dia 6 deste mês, ela disse ter sido enganada por um despachante que prestava assessoria jurídica em seu gabinete. A vereadora afirmou que desconhecia as irregularidades e que nunca recebeu dinheiro da quadrilha.

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