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Eleição no Senado é crucial para Bolsonaro; conheça os favoritos

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) será o primeiro, desde a redemocratização, cuja equipe ministerial não conta com a presença de senadores. Para garantir aprovação em agendas futuras na Casa legislativa, o presidente está de olho nas eleições da Mesa Diretora, em 1º de fevereiro. Sem contar com o apoio formal do Palácio do Planalto, o partido de Bolsonaro lançou, na semana passada, o senador Major Olímpio (PSL-SP), como pré-candidato à presidência do Senado.

Na disputa, Olímpio enfrentará fortes nomes como o de Renan Calheiros (MDB-AL) e o de Esperidião Amin (PP-SC). Ventilados ao posto, estão, ainda, os parlamentares Álvaro Dias (Pode-PR), Davi Acolumbre (DEM-AP), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Simone Tebet (MDB-MS).

Oficialmente, a Presidência da República sinaliza que não fará interferência direta nas eleições legislativas. O risco de sustentar qualquer candidatura que não obtenha êxito poderia implicar em desavenças posteriores e, portanto, entraves às agendas governamentais. No entanto, o senador eleito, Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), já assinalou que irá trabalhar para evitar a eleição de Renan Calheiros.

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O cientista político Creomar de Souza explica que a entrada de Major Olímpio na disputa representa uma tentativa do PSL de “congregar as forças conservadoras que hoje estão no Senado”. “Mas, até o presente momento, não vejo grandes chances para o Olímpio. Os nomes mais fortes são os de Renan e Esperidião”, avalia.

No papel, o novo governo tem apenas dois partidos na base aliada: PSL e PR, somando, ao todo, apenas 6 senadores. Uma Mesa Diretora hostil pode comprometer a aprovação, por exemplo, da reforma da Previdência, cuja PEC (Proposta de Emenda Constitucional) Bolsonaro prometeu enviar ainda este mês. Para que uma PEC seja aprovada, são necessários, no que cabe ao Senado, ao menos 49 votos.

Sem dança da cadeira

Fiel ao seu discurso de campanha de mudar a fórmula das negociações políticas tradicionais, o presidente montou o seu time de ministros sem apelar para a troca de cadeiras na Esplanada, por apoio dos partidos no Congresso – prática que caracterizou os governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Lula, Dilma Rousseff (ambos do PT) e Michel Temer (MDB).

Os quatro deputados federais que compõem o 1º escalão foram escolhidos diretamente por Bolsonaro ou indicados por frentes temáticas – como as bancadas da Saúde e do Agronegócio. Nesse processo, o Senado acabou não emplacando nenhum representante no novo governo.

Diálogo

O cientista político diz que é cedo para avaliar se essa ausência terá impacto nas negociações entre governo e senadores. Isso porque haverá grande renovação de nomes no Senado – dos 54 eleitos em outubro, 46 ocuparão o cargo pela primeira vez, o que pode trazer mudanças. “Tradicionalmente, o Senado estabelece relações com o governo de modo mais qualificado que a Câmara. Mas, precisamos ver se essa tendência continuará”, observa.

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