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Após faltar, ex-assessor de Flávio Bolsonaro deve depor na sexta

Fabrício Queiroz (D) foi motorista de Flávio Bolsonaro (E) Reprodução/Instagram

A expectativa era grande, mas Fabrício Queiroz, ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), não compareceu ao MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) para depor. O depoimento dele estava marcado para as 14h da quarta-feira (19), mas o procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem, avisou que ele não iria mais.

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Em nota, o MP informou que o depoimento foi adiado para a sexta-feira (21) e que os advogados de Queiroz alegaram que “não tiveram tempo hábil para analisar os autos da investigação”. A defesa ainda relatou que o cliente teve uma “inesperada crise de saúde” e estaria em atendimento para a realização de exames médicos de urgência, acompanhado da família.

Os procuradores querem explicações sobre a quantia movimentada por Queiroz entre 2016 e 2017: R$ 1,2 milhão, como aponta o relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão ligado ao Ministério da Fazenda. O valor é incompatível com o salário de R$ 8.517 que ele recebia como motorista de Flávio na Alerj (Assembleia Legislativa do Estado), com cargo em comissão de Assessor Parlamentar III, símbolo CCDAL- 3. Segundo o relatório do Coaf, ele ainda tinha rendimentos mensais de R$ 12,6 mil da Polícia Militar.

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Ainda de acordo com o Coaf, sete funcionários do gabinete de Flávio fizeram transferências para o ex-assessor, a maior parte coincidia com as datas de pagamento na Alerj. O documento também mostra um repasse de R$ 24 mil de Queiroz para a futura primeira-dama, Michelle. O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), pai de Flávio, afirmou que o dinheiro foi a devolução de um empréstimo no valor total de R$ 40 mil.

O relatório do Coaf foi produzido a pedido do MPF (Ministério Público Federal) para integrar a operação Furna da Onça, que investiga corrupção na Alerj e cumpriu mandados de prisão contra 10 deputados estaduais em novembro – três deles já presos há 1 ano por outra operação.

O levantamento descobriu movimentações suspeitas nos gabinetes de pelo menos 20 parlamentares. Quatro funcionários do presidente em exercício da Alerj, André Ceciliano (PT), por exemplo, movimentaram R$ 49 milhões.

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