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Trens, Metrô e apps ‘roubam’ espaço do ônibus

André Tambucci / Fotos Públicas

Na última década, o ônibus perdeu força como a principal escolha de transporte coletivo e deu espaço ao trem, metrô e aos aplicativos que transportam passageiros individualmente. A constatação está na pesquisa Origem Destino, realizada a cada dez anos pelo Metrô de São Paulo e divulgada nesta quarta-feira.

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Os entrevistadores visitaram 132 mil domicílios, dos quais 32 mil foram validados para a utilização dos dados e informações. Segundo o estudo, de 2007 a 2017 o uso do ônibus caiu 5% na Região Metropolitana de São Paulo, enquanto as viagens feitas de trem e metrô subiram 55% e 53%, respectivamente.

Na visão do especialista em mobilidade urbana e coordenador do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Vladimir Fernandes Maciel, além da modernização dos trens e a expansão de linhas do metrô (a malha passou de 61,3 km para 90,4 km no período), o fator tempo também tem influência.  “ O ônibus é menos confiável em termos de previsibilidade. Trem e metrô têm mais segurança que vai chegar no horário determinado.”

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Um destaque do levantamento foi o alto índice de viagens realizadas utilizando táxi, impulsionado pelos recentes aplicativos que ofertam serviço do chamado “táxi não convencional”.  A utilização de táxis convencionais somada aos disponibilizados por apps resultou em salto de 424%. A cada quatro viagens, três são de Uber, 99 e afins.

Maciel analisa que a tendência ao longo dos próximos anos é de que haja diminuição da propriedade individual de veículos, dando espaço aos de uso compartilhado. Apesar de toda a tecnologia, os deslocamentos a pé ainda são maioria.  

Tempo das viagens fica mais curto

A pesquisa Origem Destino do Metrô também constatou que o tempo médio das viagens diminuiu nos últimos dez anos. O transporte coletivo registrava uma média de 67 minutos por viagem, em 2007, e baixou para 60 minutos no ano passado.

No transporte individual, o tempo médio caiu de 31 minutos para 26 minutos. A pé, o tempo reduziu de 16 minutos para 12 minutos e, por bicicleta, de 26 minutos para 23 minutos.

O levantamento analisou ainda a rodovia mais movimentada, cujo título ficou com a rodovia dos Bandeirantes, com 118,2 mil veículos (entre passageiros e de carga) por dia, seguida pela Castello Branco (69,2 mil/dia).  

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