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Tragédia em Campinas põe fim a sonho e tem ato de heroísmo de marido

José Eudes Gonzaga, 68 anos, uma das vítimas do atirador de Campinas Reprodução

As vítimas da tragédia deixaram histórias e muitas saudades paras os familiares. No caso de José Eudes Gonzaga, 68, uma mudança de planos e uma atitude heroica marcaram a data de sua morte.

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Junto com a esposa, Maria de Fátima Frazão Ferreira – atingida na perna, mas sem gravidade – tinham o costume de sacar o 13º salário e ir à catedral agradecer pelo salário. Inseparáveis, segundo familiares, os dois resolveram dessa vez ir antes à igreja.

No templo, o atirador sentou no banco da frente e, quando virou para atirar, acertou antes a esposa, na perna. Depois, Gonzaga se jogou na frente dos tiros para protegê-la e acabou sendo morto.

A tristeza é compartilhada pela família de Elpídio Coutinho, de 67 anos. Religioso, ele trabalhou como motorista por 37 anos na capital e decidiu vir para o interior para ter mais tranquilidade na aposentadoria. Atuava em um grupo de canto e cantava em várias paróquias. Na catedral, teve a vida abreviada.

“A família está acabada. Ele era o pilar. Ele que fazia tudo e, de repente, ele é tirado da gente”, afirmou o irmão, Josué Coutinho.

A vítima deixou um filho e a esposa. Todos ainda sem chão após o atentado.

Sidnei Vitor Monteiro, de 39 anos, trabalhava como eletricista na Unicamp e tinha dois grandes sonhos: conhecer a Arena do Corinthians, do time do coração, e ter um filho com a esposa. Porém, o atentado deixou tudo para trás. Religioso e de boa convivência com a família, o morador de Hortolândia tinha uma consulta odontológica e estava uma hora adiantado. Junto com a mãe, Jandira Prado Monteiro, 65, resolveu então esperar o horário dentro da igreja. Ele morreu no local, baleado pelo atirador. A mãe, Jandira, ficou ferida, mas já recebeu alta.

Cristofer Gonçalves Santos, 38, era de Santa Catarina e trabalhava em Campinas como garçom. Solteiro, avisou uma amiga que iria até a igreja. “Ficamos sabendo só umas 23h. Passamos o dia sem contato com a televisão. Uma amiga que avisou. A gente fica sem entender”, comentou a prima Fernanda de Souza. A família de Cristofer, de Santa Catarina, não conseguiu comparecer ao enterro. Os quatro foram enterrados ontem em cemitérios de Campinas e região. Heleno Severo Alves, de 84 anos, que morreu ontem, será enterrado hoje, em Indaiatuba.   

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