Após o surgimento de denúncias de abuso sexual envolvendo o médium João de Deus, mulheres começaram a procurar o MP-SP (Ministério Público de São Paulo) relatando também serem vítimas. Por meio de seu advogado, o religioso nega as acusações.
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Para auxiliar nas investigações, que estão sendo conduzidas em Goiás a cargo da promotoria de Justiça de Abadiânia, onde João de Deus realiza atendimentos espirituais, o MP paulista criou uma força-tarefa para colher os depoimentos. Ao todo, sete pessoas formam a equipe, sendo três promotoras e quatro integrantes do Centro de Apoio Operacional do MP.
Segundo o coordenador do Centro de Apoio Criminal do MP-SP, Arthur Pinto de Lemos Júnior, o órgão já foi procurado oficialmente por, pelo menos, cinco vítimas, que começaram a ser ouvidas ontem. Outras centenas já fizeram contatos informais. “O número aumenta a todo instante, porque com a notícia, evidentemente, as vítimas se encorajam e procuram. Ficou acertado (com o MP de Goiás) que o nosso papel seria recebermos essas vítimas e, imediatamente, encaminharmos para os colegas responsáveis pela apuração deste hediondo crime”, disse o promotor.
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As denúncias podem
ser feitas pelo e-mail somosmuitas@mpsp.mp.br. De acordo com o coordenador, ainda que os casos relatados tenham ocorrido há mais de 15 anos, qualquer depoimento é válido e poderá ser utilizado como prova.
Ontem veio a público, por meio de reportagem da revista “Marie Claire”, que uma das filhas de João de Deus, Dalva Teixeira, declara que foi estuprada pelo próprio pai e pede uma indenização de R$ 50 milhões em ação judicial.
Atendimento de médium retorna hoje
O médium João de Deus voltará a atender na Casa Dom Inácio de Loyola, hoje, em Abadiânia (GO). Ontem, as instalações do centro, onde são realizadas cirurgias e outros procedimentos de cura espiritual, começaram a ser preparadas para receber os visitantes.
Segundo a assessora de imprensa de João de Deus, Edna Gomes, ele está “entristecido” e falará sobre o assunto “no momento certo”. Ainda de acordo com a funcionária, pelos próximos três dias, os atendimentos ocorrerão normalmente.
Até ontem, o MP-GO (Ministério Público de Goiás) recebeu 206 denúncias de mulheres que se dizem vítimas de abusos de João de Deus.