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Verão pode trazer novo surto de febre amarela

Com a chegada do verão, o risco de um novo surto de febre amarela no estado de São Paulo é grande. Por isso a recomendação é: procure um posto de saúde mais próximo ou uma clínica e se vacine, caso ainda não tenha feito isso. “Nesse período mais quente a circulação do vírus é maior”, alerta Helena Sato, diretora técnica do CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica) da Secretaria de Saúde.

Segundo a especialista, as áreas mais recomendadas são litoral norte, Baixada Santista e Vale do Ribeira, pela presença de Mata Atlântica e por serem as ultimas regiões acometidas pelo vírus. Desde 2017, os números de casos não param de subir.

De acordo com dados da Secretaria de Saúde, em 2017 foram 103 casos, 74 autóctones (quando a doença é contraída no próprio estado). Em 2018, de janeiro até novembro, já são 537 registros, 498 autóctones. O avanço redesenhou o mapa da febre amarela no estado, comenta Sato. “Hoje todos os municípios têm indicação de vacinação”.

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De acordo com a diretora técnica do CVE, o vírus começou a se espalhar pelo estado, a partir de 2017, a partir de Campinas, onde foi registrado um caso autóctone.

A especialista afirma que não há motivo para correria, pois a quantidade de vacinas na rede é suficiente para o restante da população que ainda não se vacinou. A cobertura vacinal da febre amarela, até o momento, é de 67%, ou seja, bem abaixo do ideal, 95%.

Cobertura em queda

Os recentes surtos no sudeste, de dengue, zika e febre amarela revelaram um cenário de degradação do quadro sanitário no estado. O biólogo Horácio Teles, da CRBio (Conselho Regional de Biologia), afirma que a cobertura vacinal na maioria das regiões no limite da mata atlântica está em torno de 50%. “Precisa melhorar, principalmente porque muitas pessoas aproveitam as férias escolares e a chegada do verão para curtir uma praia”. E, vale lembrar, que vacinação deve ser feita pelo menos dez dias antes da viagem.

Cuidado com as ‘fake news’

Entender por que as pessoas perderam o interesse em se vacinar é o objetivo de um estudo do CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica) da Secretaria de Estado da Saúde. “A pesquisa está ainda em andamento, então o que temos por ora são hipóteses”, diz Helena Sato, diretora técnica da instituição.

A especialista destaca uma falsa impressão de que doenças erradicadas não voltarão, o que, segundo ela, é um erro. “Os últimos casos de paralisia infantil no Brasil foram na década de 1980, mas na Nigéria e Paquistão ainda há ocorrência de casos”.

Segundo a especialista, muitos deixam de vacinar seus filhos porque acreditam que não há mais riscos, mas a vacina contra a pólio, por exemplo, permanece no calendário de vacinação porque a doença não foi erradicada no mundo.

O avanço das fake news de vacinação é outra explicação para a redução do número de vacinados, alerta Sato. “Algumas notícias falsas que circulam por redes sociais e apps fala em reações adversas, baixa qualidade e até que a vacina contra o sarampo causa autismo.”

A especialista explica que todas as vacinas utilizadas na rede pública passam por rigoroso controle de qualidade e de segurança. Ou seja, perigoso é não se vacinar.

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