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Protestos já afetam economia da França

Ambulâncias paradas na Assembleia e mais confrontos | Foto: Gonzalo Fuentes / Reuters

Três semanas de protestos dos “coletes amarelos” afetaram seriamente a economia francesa, com uma significativa queda nas transações de varejistas, redes de hotéis, lojas de rua e restaurantes, afirmou ontem o ministro de Finanças, Bruno Le Maire.

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Em declarações após se reunir com grupos da indústria e federações de empresas afetadas pelo movimento, Le Maire disse que pequenos varejistas viram sua renda cair em entre 20% e 40%, a indústria hoteleira viu as reservas diminuírem entre 15% e 25%, enquanto restaurantes, dependendo da localização, sofreram queda entre 20% e 50%.

Os “coletes amarelos” pegaram o presidente Emmanuel Macron de surpresa quando o movimento começou, no último dia 17 de novembro. A principal demanda dos manifestantes é o congelamento de aumentos nos impostos sobre combustíveis e medidas para ajudar a elevar o poder de compra.

A polícia de choque foi acionada no último sábado, quando manifestantes causaram caos nos bairros mais chiques de Paris, colocando fogo em carros, saqueando lojas e destruindo residências e cafés de luxo.

Ao menos 263 pessoas ficaram feridas. Só em Paris, a polícia deteve 412 pessoas. Cerca de 10 mil bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral foram disparadas, além de jatos de água. Houve 249 focos de incêndio, ao menos 130 envolvendo mobiliário urbano. Ontem, motoristas de ambulância bloquearam o trânsito perto da Assembleia Nacional, em Paris. Houve novos confrontos.

O brasileiro José Ricardo Gonçalves de Mendonça, professor-visitante na Université Paris-Sud, disse ao Metro Jornal que a vida cotidiana dos parisienses não foi alterada. “Na verdade, estão chocados com os coletes amarelos”, afirmou. “Eles cruzaram a linha vermelha do aceitável por aqui.” 

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