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Macron revoga aumentos de combustíveis em reação a onda de protestos na França

Gonzalo Fuentes/Reuters

O primeiro-ministro da França suspendeu nesta terça-feira (4), por seis meses, os aumentos de impostos de combustíveis planejados, uma reação a semanas de protestos, às vezes violentos, no primeiro grande recuo do governo do presidente Emmanuel Macron depois de 18 meses de gestão.

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Ao anunciar a decisão, o premiê Édouard Philippe disse que qualquer um teria que “ser surdo ou cego” para não ver ou ouvir a revolta nas ruas, causada por uma diretriz que Macron defendeu dizendo ser essencial no combate à mudança climática.

“Os franceses que vestiram coletes amarelos querem que os impostos diminuam e que o trabalho remunere. Isso também é o que queremos. Se eu não consegui explicá-lo, se a maioria governista não conseguiu convencer os franceses, então algo precisa mudar”, disse Philippe em um pronunciamento na televisão.

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Além do adiamento de seis meses na adoção dos impostos contra a emissão de carbono, Philippe disse que o período será usado para se debater outras medidas que ajudem os trabalhadores pobres que dependem de veículos para ter acesso ao trabalho e ao comércio.

Anteriormente, autoridades haviam insinuado possíveis aumentos do salário mínimo, mas o premiê não sinalizou tal compromisso.

Ele alertou os cidadãos, porém, de que não podem esperar serviços públicos melhores pagando menos impostos, e que, por isso, é preciso haver concessões dos dois lados.

O movimento dos “coletes amarelos”, que começou em 17 de novembro como um grupo de protesto das redes sociais assim batizado devido aos coletes de grande visibilidade que todos os motoristas do país precisam ter em seus carros, se concentrou na denúncia da queda do padrão de vida provocada pelo impostos de Macron sobre os combustíveis.

Mas, nas últimas três semanas, os protestos se transformaram em um levante anti-Macron mais abrangente, já que muitos criticam o presidente por propor políticas que dizem favorecer os ricos e não fazer nada para ajudar os pobres, e alguns grupos minoritários violentos estão pedindo a renúncia do líder francês.

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