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Editorial: Manobra vergonhosa

O aumento de salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal é uma agressão ao país, que trabalha sem descanso para sair da pior crise econômica da história. Quarenta e um senadores, dos quais 25 não conseguiram um novo mandato nas últimas eleições, desprezaram suas responsabilidades e mostraram o abismo moral que os separa da imensa maioria dos brasileiros.

Quase metade desses senadores pertence a partidos que, há apenas um mês, disputavam eleições presidenciais com candidatos que defendiam a responsabilidade fiscal. Diante de tanta incoerência e descaso, compreende-se por que muitos foram punidos nas urnas.

O próprio articulador da manobra vergonhosa, o presidente do Senado, Eunício Oliveira, é um desses derrotados de outubro. E, como vários de seus pares, é também alvo da Justiça. Será que agiram para agradar ao Judiciário, mandando a conta de R$ 6 bilhões para o contribuinte?

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Tanto do Senado quanto do STF saem justificativas cínicas para o reajuste, ora para compensar perdas de categorias já privilegiadas, como juízes e procuradores, ora em nome de um suposto respeito à autonomia orçamentária dos três Poderes.

O presidente da República defendeu reformas e aprovou o teto de gastos, sempre insistindo na necessidade de reduzir o déficit público, que é o grande obstáculo à retomada do crescimento. Está agora em suas mãos aprovar ou vetar o aumento de salário do STF. São 15 dias para que o presidente Michel Temer se imponha e desarme a bomba destinada ao colo de seu sucessor eleito e de todos os brasileiros.

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