O governo da Austrália está revisando as leis de liberdade religiosa e de discriminação sexual e estuda um pedido para que escolas possam recusar alunos, professores e funcionários gays.
Há pressão para o país alterar a legislação para permitir que instituições religiosas de ensino selecionem estudantes e funcionários com base na orientação sexual e identidade de gênero. Isso já acontece em algumas escolas de alguns Estados australianos, mas as mudanças seriam estendidas a todo o país.
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Segundo o primeiro ministro australiano, Scott Morrison, cada proposta do relatório de revisão da legislação está sendo considerada cuidadosa e respeitosamente.
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A Fairfax Media, um dos principais grupos de comunicação da Austrália, teve acesso a cópia do relatório, que foi produzido depois que o país decidiu legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo no ano passado.
https://twitter.com/PatsKarvelas/status/1049906594023137281
«Há uma grande variedade de escolas religiosas na Austrália e, para algumas comunidades escolares, cultivar um ambiente e um ethos que estejam de acordo com suas crenças religiosas é de suma importância», disse o relatório ao qual a Fairfax teve acesso.
As escolas teriam que divulgar os critérios para contratar funcionários e aceitar matrícula de estudantes LGBT.
O primeiro ministro Morrison disse que as propostas – que ainda não foram debatidas pelo gabinete – seriam consideradas «com cuidado e respeito». Ele ponderou, contudo, que a atual legislação já prevê algo parecido com o tema em análise, em referencia ao que já acontece em alguns Estados.
Mas a representante da oposição para assuntos de educação, Tanya Plibersek, disse à emissora australiana ABC que a proposta é «perturbadora».
«Que tipo de adulto quer afastar uma criança, quer rejeitar uma criança porque ela é gay?», questiona.
Deputados conservadores solicitaram o relatório sobre a liberdade religiosa – conhecido como Relatório Ruddock – por temer que o casamento entre pessoas do mesmo sexo pudesse restringir a capacidade das pessoas de praticar sua religião.
Segundo a rede Fairfax, não há indícios de que a liberdade religiosa esteja em risco na Austrália. A organização também diz que permitir que escolas do país autorizem a rejeitar alunos pela opção sexual poderia «interferir em outros direitos humanos».