Relatório especial sobre mudanças climáticas apresentado nesta última segunda-feira (8) pela ONU (Organização das Nações Unidas) pede mudanças drásticas no comportamento humano para impedir crise causada pelo aquecimento global antes mesmo de 2040.
O secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial, Petteri Taalas, disse que manter a elevação da temperatura da Terra em somente 1,5ºC, ao invés dos 2ºC combinados no Acordo de Paris de 2015, teria benefícios claros para 420 milhões de pessoas afetadas pelas alterações. A atual temperatura média global é 1ºC maior que os níveis pré-industriais.
“A mudança climática já é visível e está tendo impacto sobre os seres humanos e ecossistemas em todo o mundo. Com 2°C teremos verão livre de gelo na Antártida a cada ano, mas com 1,5°C veríamos isso apenas a cada 100 anos”, disse Taalas, dando exemplo de como o clima muda drasticamente por meio grau. A manutenção do gelo na Antártida durante o verão é importante para preservar espécies como ursos polares e baleias.
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Outros impactos que poderiam ser reduzidos com a diminuição de 0,5ºC é a escassez de alimentos, incêndios florestais e morte em massa de recifes de corais.
Em publicação no Twitter após o lançamento do relatório, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que não é impossível limitar o aquecimento global. “Mas isso exigirá uma ação climática coletiva e sem precedentes em todas as áreas. Não há tempo a perder.”
O relatório é baseado em 6 mil estudos sobre o tema e foi o primeiro a ser encomendado por líderes mundiais sob o acordo de Paris .
Para alcançar a redução do aquecimento, os cientistas pedem que as emissões líquidas globais de dióxido de carbono sejam reduzidas em 45% em relação aos níveis de 2010 até 2030, e que alcancem o equilíbrio até 2050.