Depois de três eleições consecutivas com vitórias do PSDB em votação única, a disputa pelo governo do Estado de São Paulo voltará a ser decidida em segundo turno. O ex-prefeito da capital João Doria (PSDB), que obteve ontem 32,2% dos votos válidos com 99% das urnas apuradas, e o atual governador e candidato à reeleição, Márcio França (PSB), com 21,8%, vão à disputa final para decidir quem será o próximo comandante do Palácio dos Bandeirantes.
A briga pelo segundo lugar foi muito acirrada, voto a voto, e só foi definida após a totalização de quase todas as urnas. Confirmando a tendência de alta registrada pelas pesquisas nas últimas semanas, França ultrapassou Paulo Skaf (MDB) e deixou o presidente licenciado da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) em terceiro lugar, com 21,3%. A diferença foi de apenas 0,45%, ou 89 mil votos.
Disputa entre conhecidos
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Tanto Doria quanto França são ligados ao ex-governador e candidato derrotado à Presidência da República Geraldo Alckmin (PSDB), três vezes eleito e que esteve à frente do estado por mais da metade dos últimos 24 anos consecutivos de gestões tucanas.
Doria é afilhado político de Alckmin, que bancou a sua candidatura à prefeitura da capital em 2016, contrariando líderes do partido.
Já França era o vice-governador de Alckmin, com que foi eleito em 2014, e que herdou sua cadeira quando o tucano partiu para a disputa pelo Palácio do Planalto.
Doria e França estiveram juntos em 2016, quando o então vice-governador, a pedido de Alckmin, ajudou a costurar as alianças que fizeram o então novato na política vencer a eleição para Prefeitura de São Paulo em primeiro turno, de forma inédita.
Em seu discurso ontem, Doria cumprimentou Alckmin – o chamando de “guerreiro”, mas deixou claro o seu apoio a Jair Bolsonaro (PSL), que venceu para presidente em São Paulo. Nas redes sociais, postou com a hashtag #BolsoDoria. O tucano também reafirmou seu discurso no antipetismo, chamando França de “genérico do PT”.
A suposta rejeição do eleitor paulistano a Doria – que deixou a prefeitura neste ano com 15 meses de governo para concorrer ao estado – não se materializou nas urnas. O candidato venceu na capital com 26,3% dos votos, seguido por França, com 22,1% e Skaf, com 22%.
Após a confirmação de que estava no segundo turno, Márcio França se encontrou pessoalmente com o ex-governador Alckmin e afirmou na saída que terá o seu voto.
Em seu discurso, França disse que o eleitor mandou o seu recado nas urnas de quer mudança e que vai unir São Paulo “contra a falsidade e a falta de palavra”, em clara crítica a Doria por ter deixado a prefeitura da capital. METRO
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Veja o resultado do primeiro turno:
- João Doria (PSDB): 31,76%
- Márcio França (PSB): 21,49%
- Paulo Skaf (MDB): 21,12%
- Luiz Marinho (PT): 12,66%
- Major Costa e Silva (DC): 3,69%
- Rogério Chequer (Novo): 3,33%
- Rodrigo Tavares (PRTB): 3,21%
- Professora Lisete (PSOL): 2,51%
- Prof. Cláudio Fernando (PMN): 0,14%
- Toninho Ferreira (PSTU): 0,08%
- Marcelo Candido (PDT): 0%
- Lilian Miranda (PCO): 0%
- Brancos: 6,94%
- Nulos: 13,65%
- Abstenção: 21,55%