Há uma novidade no universo da desinformação. Além dos conteúdos enganosos e fora de contexto que circulam na internet, começam a ganhar impulso supostas «checagens» que apontam montagens e manipulações onde elas não existem. Um exemplo disso foram as postagens que circularam neste final de semana pelo WhatsApp e pelas redes sociais colocando em dúvida a veracidade das fotografias que ilustraram reportagens sobre o protesto contra o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, realizado no sábado passado no Largo da Batata, na zona oeste de São Paulo.
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Ao contestar a existência de multidão retratada nas fotos, que lotou o Largo e os arredores, simpatizantes de Bolsonaro acusaram os jornais de usar imagens que, «na verdade», seriam do Carnaval de 2017, quando o local recebeu milhares de foliões.
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A falsa checagem foi compartilhada por várias páginas nas redes, entre elas a «Bolsonaro Opressor», que tem cerca de 1,2 milhão de seguidores.
‘Sem controle’
O boato ganhou tamanho impulso que, no fim de semana, acabou levando para a lista das reportagens mais lidas do jornal O Estado de S. Paulo o texto intitulado «Saiu do nosso controle’, diz secretário sobre pré-carnaval em Pinheiros», publicada originalmente em 20 de fevereiro de 2017. A reportagem em questão falava da superlotação de foliões no Largo da Batata, na época, e era ilustrada por uma foto do local.
As únicas semelhanças entre a foto datada de 2017 e as de agora são o ângulo em que foram feitas e a existência de uma multidão. Os «detalhes» como bandeiras de partidos e de movimentos sociais, além do carro de som e das faixas contra o presidenciável do PSL, foram ignorados nas postagens distribuídas pelas redes sociais.
Esse fato chegou a ser apontado em comentários de internautas que acompanharam as postagens.