Uma pesquisa de intenção de voto do Ibope encomendada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), divulgada ontem, confirma que o fenômeno do “voto útil” fortalece as candidaturas de Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).
Entre os cinco primeiros colocados, Bolsonaro é o que tem as menores taxas de eleitores “maleáveis” (que votariam em outro candidato para evitar a vitória de um nome que rejeitem) e também possui, seguido de Haddad, o maior índice de apoiadores convictos, que dizem já ter uma decisão definitiva.
Segundo a pesquisa, três de cada dez eleitores (28%) afirmam que poderiam mudar o voto para impedir que determinado candidato vença. “O fenômeno do voto útil não é novo no Brasil, mas a surpresa é o percentual: quase um terço do eleitorado está nessa condição a 10 dias do primeiro turno”, avalia Cristiano Noronha, analista político da Arko Advice.
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Bolsonaro tem 55% de eleitores que dizem ter tomado uma decisão definitiva. Haddad vem em seguida, com 49%, acima dos principais concorrentes: Ciro Gomes (PDT) tem 31% de eleitores “irredutíveis”, Geraldo Alckmin (PSDB) tem 26% e Marina Silva (Rede) alcança 22%. Para Noronha, o quadro sugere migração de votos destes três para os líderes na reta final.
“A tentativa de desencorajar o ‘voto útil’ fica clara nos discursos de algumas campanhas, como a do Alckmin. Mas o Bolsonaro e do Haddad, justamente por terem eleitorado fiel, tendem a ter menos prejuízo”, completa.
Para os representantes da própria CNI, no entanto, a taxa de 28% de eleitores dispostos ao voto útil não é tão significativa. “Nota-se que são poucos os eleitores que praticariam voto útil, o que pode ser explicado pelo fato de a maioria dos eleitores de Bolsonaro e Haddad estarem bastante convictos com suas opções”, afirma Renato da Fonseca, gerente de pesquisa da CNI.
Intenção de voto
Esta foi a primeira pesquisa da CNI após o registro das candidaturas. Bolsonaro aparece na liderança com 27%, e Haddad vem na sequência com 21%. Na simulação de segundo turno, porém, o petista bate o presidenciável do PSL por 42% a 38%. Bolsonaro tem a maior rejeição, de 44%, seguido por Haddad e Marina, com 27% cada.