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Pãozinho e macarrão ficam 9% mais caros

Antonio Costa / AENPr

Os preços de produtos à base de trigo, como massas alimentícias e pães, além da própria farinha de trigo, subiram com a alta do dólar neste ano.

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Em São Paulo, o preço da farinha de trigo aumentou 19,25%, segundo a inflação medida pelo IPCA-15 entre janeiro e setembro. O pão francês está 9,46% mais caro. E o macarrão acumula alta de 9,41%. Os percentuais estão bem acima da variação do índice geral de preços do período, que ficou em 3,56%

O economista-chefe da agência de classificação de risco Austin Rating, Alex Agostini, explica que o Brasil importa cerca de 70% do trigo para a produção de farinha. Com isso, os preços de derivados sobem com o aumento do dólar. “Isso vem acontecendo nos últimos meses”, afirma.

Segundo Agostini, no caso no pãozinho, um produto difícil de ser substituído pelo consumidor, o repasse da alta do dólar é muito rápido. “É imediato mesmo diante de uma economia fraca. Há impacto direto quando não tem como substituir [o produto]”, diz o economista.

No caso de vestuário e calçado, por exemplo, o espaço para repasses é menor porque o consumidor pode adiar a compra e reduzir a demanda, explica.

Para Agostini, a tendência ainda é de alta gradativa do dólar no curto prazo. “Para termos uma tendência, só depois das eleições”, afirma.

O economista acrescenta que os candidatos à Presidência da República ainda não tocaram em assuntos importantes, como a reforma da Previdência, considerada essencial para o equilíbrio das contas públicas.

A Austin Rating projeta hoje que o dólar deve encerrar o ano em R$ 3,95. Para Agostini, há chance de queda da moeda norte-americana após as eleições. “O novo presidente dará a diretriz do seu governo. E o dólar pode cair porque não há espaço para teorias no  cenário atual”, afirma.  

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