O Metro Jornal começa a publicar a partir desta quarta-feira entrevistas feitas pela rádio Bandeirantes com os quatro candidatos ao governo do estado mais bem colocados nas pesquisas Datafolha e Ibope. O primeiro participante foi o petista Luiz Marinho. O candidato classificou como “desastre” os 24 anos de gestão do PSDB e afirmou que o PT levou “chinelada na bunda” nas últimas eleições e está pronto para governar novamente.
O PT, que costuma ser alvo dos outros partidos, está passando ao largo nestas eleições. O que acontece?
As eleições chegam agora ao momento de definição. Eles [os adversários] estão achando que a gente está fora do páreo, mas vão ter uma surpresa, porque o PT estará no segundo turno. Não sei contra quem, mas um dos três [João Doria (PSDB), Márcio França (PSB) e Paulo Skaf (MDB)] nós vamos enfrentar.
A subida de Fernando Haddad (PT), candidato à Presidência apoiado por Lula, sinaliza que outros que têm esse apoio vão subir?
Com certeza. Pesquisas indicam que sou conhecido por 11% do eleitorado. Ainda tenho um trabalho para fazer o pessoal saber quem é do time do Lula em São Paulo. Vamos surpreender tanto na eleição para governador como para deputados. E temos o Suplicy liderando no Senado.
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Isso porque em 2014 caiu.
Em 2014, a reeleição da Dilma [Rousseff (PT]) foi muito complicada, a sociedade estava com um antipetismo muito forte. E 2016 nem se fala, foi o fundo do poço do partido. Chegamos a 6% de preferência nacionalmente e estamos recuperando a marca histórica. Chegamos, no máximo, em 2013, a 32%. Hoje estamos com 29%. Essa recuperação vai refletir no voto.
O sr. promete crédito para microempreendedor. Como isso vai se dar na prática?
Uma fragilidade da economia paulista é a ausência de possibilidade de crédito mais barato. Os tucanos fecharam o Banespa e a Nossa Caixa Nosso Banco. A economia paulista é muito forte e precisa de uma espécie de BNDES (banco nacional de desenvolvimento). Nós vamos criar banco de fomento e buscar recursos no Orçamento do estado, que é de mais de R$ 200 bilhões.
O ex-governador diz que fez superavit de R$ 5 bilhões. O caixa está bem, não?
É controverso porque ele fala de equilíbrio e gestão, mas os salários estão achatados.
Como valorizar as carreiras?
É preciso reorganizar as finanças e colocar o estado para funcionar. Na saúde, por exemplo, temos hospitais ociosos e construindo novos. O hospital de Piracicaba tem 90% de ociosidade. Osasco, 40%. Ferraz de Vasconcelos, 70%. Santos, 50%. Faltam médicos e equipamentos.
Contratar organizações sociais de saúde é uma boa?
Depende. Trabalhei com a Fundação ABC em São Bernardo, mas a gestão da secretaria era de mão de ferro. O PSDB vende competência, mas há ausência de planejamento. Dá para fazer melhor com o mesmo Orçamento. Em São Bernardo, eu aumentei o serviço de saúde e não aumentei a participação no Orçamento. Na região que faltava leito hospitalar, criamos a internação domiciliar. Para o paciente que precisa de internação de longa duração, mas atendimento uma vez por semana, podemos atender em casa. Eu tinha 440 internados em casa. É possível fazer no estado.
Por que São Bernardo tem prefeito do PSDB se foi tão boa a sua administração?
Eu governei por oito anos, saí com avaliação espetacular, mas aquele ambiente anti-PT nos derrotou. Se fosse eu o candidato, tenho certeza que teria vencido. O pessoal falava: “Marinho, se fosse você, poderia contar com nosso voto, mas não é você, é o PT, e o PT precisa de uma lição”. Desse jeito. Nós levamos uma lição, uma chinelada na bunda e agora em 2018 estamos prontos para voltar a governar.
O fechamento de delegacias tem movimentado a campanha. O governador Márcio França decidiu que elas não podem fechar, mas a polícia diz ter 13 mil vagas em aberto. Como resolver?
O que o governador está fazendo é uma média com o eleitor. Vai ficar aberta, mas a polícia não tem a mínima condição de manter. Ele tinha que se apresentar como síndico do desastre da gestão de 24 anos do PSDB e dizer que participa de um governo que destruiu a Polícia Civil. É preciso que o governo dê condições. É preciso ter um plano para dar condições psicológicas para os policiais irem para as ruas e atacar um problema grave: a principal causa mortis do policial militar é o suicídio. Eu fiquei estarrecido com esse indicador. É preciso mexer na remuneração e na inteligência e tecnologia. Vamos formar uma força-tarefa com as polícias, o Ministério Público, o Judiciário e a sociedade para enfrentarmos o crime organizado. Se não fizermos, a balbúrdia continuará. rádio bandeirantes