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Mauá volta a negociar contrato com FUABC

A FUABC (Fundação do ABC) informou ontem que a Prefeitura de Mauá “expressou o desejo da permanência” da instituição na gestão da saúde pública da cidade.

A decisão ocorreu após reunião com o prefeito Atila Jacomussi, que voltou ao cargo na semana passada, e a secretária de Saúde, Thais de Almeida Miana, diz a instituição.

FUABC e prefeitura estavam em fase de transição para fim da prestação de serviços. A decisão de substituir a OS (Organização Social de Saúde) partiu da vice-prefeita Alaide Damo em 28 de agosto. Ela esteve à frente da cidade por quatro meses durante o afastamento de Atila.

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O prefeito foi preso em maio na operação Prato Feito, que investiga desvios em contratos da merenda. Um mês após a detenção, ele foi liberado, mas impedido de retornar ao cargo. O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes permitiu a retomada na semana passada.

Alaide havia comunicado o desinteresse de que a FUABC continuasse com a gestão após longa negociação sobre o custo mensal do contrato e a cobrança de dívida de cerca de R$ 120 milhões por parte da OS. Na ocasião, a prefeitura informou que o rompimento ocorreu por falta de transparência da FUABC e pela relação custo-benefício.

Alaide desagradou o grupo político de Atila por conta da substituição de nomes indicados pelo prefeito e mudanças em contratos no período que comandou a cidade.

No comunicado de ontem, a FUABC disse que colocou sua equipe técnica à disposição da Secretaria de Saúde, “a fim de que seja elaborado um novo plano de trabalho, conjunto e consensual, para o Complexo de Saúde de Mauá, além do tratamento da dívida envolvendo o contrato e sua necessária regularização”.

A negociação é acompanhada pelo Ministério Público do Estado. As duas partes buscam definir agora os valores que serão repassados e os serviços que a FUABC deverá executar.

A organização é responsável atualmente por praticamente todo o serviço de saúde da cidade, incluindo unidades básicas e o Hospital de Clínicas Dr. Radamés Nardini.

Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Mauá não se pronunciou ontem sobre o comunicado.

O valor mensal cobrado pela FUABC era de R$ 15 milhões quando as negociações se encerraram com o governo Alaide Damo. Mas a prefeitura não conseguia pagar integralmente o valor, o que gerava a dívida cobrada atualmente.

A renegociação dos valores pode implicar em demissão de médicos e redução dos serviços ofertados para a população. A prefeitura já havia realizado ajustes, como fechamento mais cedo de unidades de saúde e dispensa de médicos e enfermeiros.

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