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ABC tem aumento recorde no número de veículos

Na semana em que se discute nacionalmente a mobilidade urbana, o ABC vê sua frota de veículos acelerar e as obras para transportes alternativos seguirem a passos de tartaruga. A região contabilizou aumento de 1,9% na quantidade de automóveis registrada entre agosto de 2017 e o mesmo mês de 2018. É o maior crescimento dos últimos cinco anos. As ruas da região receberam 23 mil novos veículos no período, média de 64 todos os dias. A frota passou de 1.232.405 para 1.255.889.

O levantamento foi realizado pela reportagem do Metro Jornal a partir dos automóveis emplacados no ABC. Os dados são do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito).

A série histórica mostra que, entre 2014 e 2015, o aumento foi de 1,7%. De 2015 para 2016, o crescimento chegou a 1,4%. Já no período de agosto de 2016 ao mesmo mês de 2017, a variação foi de 1,25% (veja os dados ao lado).

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Enquanto a frota de automóveis aumenta, os modais alternativos com foco no transporte coletivo derrapam. O prometido metrô no ABC ainda não saiu do papel e a única cidade que possui projeto de grande porte em execução é São Bernardo, com a construção de 11 corredores exclusivos e quatro terminais de ônibus.

No entanto, apenas um terminal, o Grande Alvarenga, e uma pista exclusiva, a da avenida João Firmino, foram entregues até o momento. A promessa inicial era finalizar todos em 2016.

Mais carros na rua e menos alternativas coletivas resultam em vias engarrafadas. Em São Bernardo, as campeãs em trânsito parado são Brigadeiro Faria Lima, Piraporinha e Lucas Nogueira Garcez. Já em Santo André, as avenidas dos Estados, Giovanni Battista Pirelli, Santos Dumont, José Caballero e Dom Pedro 2º lideram no quesito engarrafamento. As informações são das prefeituras. São Caetano enfrenta problemas na Goiás, Guido Aliberti e avenida dos Estados.

De acordo com o especialista em trânsito e professor do Centro Universitário da FEI Creso Peixoto, o valor dos automóveis ajuda no aumento da frota. “O carro tem um preço relativamente baixo e a motocicleta um preço ‘baixíssimo’. Isso atrai as pessoas e cria uma tendência de busca pela compra de veículos”, disse.

Para ele, outro fator que pode estar relacionado ao crescimento é o surgimento dos aplicativos de transporte, como o Uber. Na visão do professor, a viagem compartilhada tem custo menor que o ônibus e a iniciativa também serve como alternativa para os desempregados.

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