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Sete em cada dez profissionais de saúde de São Paulo já foram agredidos

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Sete em cada dez profissionais de saúde de São Paulo já sofreram algum tipo de agressão no exercício da profissão, mostra levantamento divulgado nesta terça-feira (18) por conselhos que representam médicos, enfermeiros e farmacêuticos do Estado.

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Dos 6.832 profissionais entrevistados, 71,6% responderam terem sido vítimas de violência, verbal e física, no trabalho.

A presidente do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo, Renata Pietro, diz que, no caso da categoria, os problemas são registrados principalmente no setor público. «O profissional de enfermagem, por fazer a entrada e o acompanhamento do paciente, é o que mais tem sofrido. Primeiro, pela questão da demora e da fila; depois, pela falta de estrutura e pela condição de sucateamento do setor», afirma.

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Os profissionais do setor privado também sofrem agressões que, na maioria das vezes, partem dos pacientes, mas também são feitas por familiares.

O presidente do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo, Marcos Machado, diz que a violência geralmente está relacionada à recusa de venda de medicamentos. «No setor privado, muitas vezes as pessoas chegam à farmácia, querem comprar o medicamento controlado, mas não têm receita. Os farmacêuticos, ao tentarem explicar isso, sofrem agressões. No caso do setor público, isso acontece por causa de remédios que as prefeituras deixam faltar e os pacientes acham que os farmacêuticos não fornecem por má-vontade.»

Há cerca de um ano, um farmacêutico foi morto em Cianorte, no Paraná, depois de se recusar a vender um remédio controlado sem receita; houve registro de agressão física pelo mesmo motivo também em Presidente Prudente, interior de São Paulo.

A pesquisa mostra que, em média, 80% dos profissionais que passaram por situações de violência não fizeram denúncia; o motivo foi o medo de não terem apoio da instituição para a qual trabalham e de perderem o emprego.

O Conselho Regional de Medicina, o Conselho Regional de Enfermagem e o Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo derem início, hoje, à campanha «Quem cura merece respeito», que tem por objetivo conscientizar os pacientes sobre o assunto.

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