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Ciro Gomes diz ser a saída contra radicalismo

Candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes afirmou nesta segunda-feira em entrevista à rádio Bandeirantes, dentro da série que a emissora está realizando com presidenciáveis, que propõe um governo para proteger o país do radicalismo e que vai reunir os interesses de empresários e trabalhadores. Ciro disse que colocará líderes de facções criminosas em presídios federais e que não contratará estrangeiros para o Mais Médicos. Leia abaixo trechos.

Como recebe o Dívida Zero, do PT, que é quase igual ao seu Nome Limpo?

As ideias pertencem a todos, mas a população deve perceber se há falta de ética. Não proponho porque sou bonzinho. Quando se estuda os motores do desenvolvimento econômico, no caso Brasil, quase metade destas energias está ligada ao consumo. E o consumo está estrangulado: 13,7 milhões de desempregados, 32,2 milhões vivendo de bicos e 63 milhões de pessoas com nome sujo no SPC (Serviço de Proteção ao Crédito). É um problema macroeconômico. A dívida média é de R$ 4,2 mil. Supondo que o governo possa proteger essas pessoas com incentivos, derrubamos isso para R$ 1,2 mil e refinanciamos. Garanto que vou ajudar a tirar todos os brasileiros do SPC.

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Como barrar a alta do candidato do PT no Nordeste, como mostram as pesquisas?

Minha candidatura propõe uma saída que nos proteja desse radicalismo violento. Evidente que o “coiso”, a turma pede para não falar o nome dele, estimula o preconceito contra negros, mulheres, LGBTIs, índios e tudo isso vai criando uma cultura de segregar os diferentes. Por outro lado, o PT tem passagem importante na vida brasileira e não pode deixar de fazer reflexão das contradições profundas que praticou. Em São Paulo, que é o motor econômico do Brasil, o Fernando Haddad, indicado e apoiado pelo Lula, perdeu para o João Doria (PSDB) em primeiro turno. É inexperiente. Esse papelão que ele está cumprindo [de substituir Lula] foi oferecido a mim. O Lula queria que eu fosse o vice e o substituísse depois. Eu agradeci, mas disse que o Brasil não pode ter presidente por procuração. Precisamos de liderança para tirar os extremos e ajudar o país a crescer pelo diálogo.

O que o senhor faria de diferente na segurança pública?

Quando os jovens entram nos presídios, são cooptados pelas facções e se tornam soldados agressivos. Isso tem a ver com novas leis, nova política penitenciária. Metade das vagas nos presídios federais de segurança máxima está vazia e todo o alto comando do PCC está em presídios estaduais de São Paulo, ordenando mortes em Fortaleza, Natal, Recife. Isso será assunto meu se eu assumir a Presidência.

O senhor se apresenta como candidato de centro?

De centro-esquerda. Quero reunir os interesses de quem produz e de quem trabalha. O Brasil tem 13,7 milhões e desempregados, o que me obriga a ser solidário com o mundo do trabalho, mas fechamos 13 mil indústrias e 220 mil pontos de comércio nessa política de juro alto e impostos escorchantes.

Como será o Mais Médicos na sua gestão?

Mantido e ampliado, só que quero fazer com médicos brasileiros. Em um país do tamanho do nosso, trazer médico de fora é um constrangimento.

Qual será o critério para liberação de recursos para municípios e estados?

Vou forçar a mão: 50% dos bebês de 0 a 3 anos irão para a creche em tempo integral. Quem opera são os municípios e vou condicionar a isso as liberações de transferências voluntárias. Para os estados, o ensino médio integral profissionalizante, com estágio remunerado pelo governo. Isso já é realidade em uma em cada três escolas do Ceará. Se o Ceará faz, por que o Brasil não pode fazer?

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