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Para acelerar desenvolvimento, recém-nascidos de UTI Neonatal em Curitiba têm horários livres de barulhos

Dentro da barriga da mãe o bebê permanece 80% do tempo em sono profundo, necessário para o desenvolvimento cerebral e a maturação do organismo. Quando nasce, segue precisando de descanso, ainda mais se vier ao mundo antes do tempo.

Em situações nas quais o bebê nasce muito pequeno e várias semanas antes do ideal, é inevitável ficar em uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) até que alcance o tamanho suficiente.

No Hospital Santa Cruz, em Curitiba, há um ano e meio os recém-nascidos prematuros têm atenção especial enquanto passam por esse período por conta do protocolo “Hora da Soneca”.

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“Dentro da UTI o bebê é muito manuseado e acaba perdendo o ciclo de sono. São vários procedimentos, trocar de fralda, medir temperatura, exames, fisioterapia, fono, medicamentos, que às vezes impedem o sono”, diz o coordenador da UTI Neonatal, Ênio Torricillas.

Quando expostos há elevados níveis de sons e ruídos, além de terem seu sono prejudicado, os bebês têm aumento da frequência cardíaca e respiratória. “Isso influencia em perda de peso e nossa pretensão é que eles ganhem peso para sair logo do hospital”.

Com a “Hora da Soneca”, os bebês têm por dia pelo menos oito horas de sono profundo garantido: são quatro horários ao longo do dia: um pela manhã, um à tarde e outros dois durante a madrugada com duas horas cada de luzes reduzidas e sem qualquer tipo de procedimento. “Nesses horários ninguém pode fazer nada, eles acabam poupando energia e produzindo hormônio do crescimento. Apenas o alarme fica ligado para emergências”, conta o médico pediatra.

Para sair da UTI, por exemplo, o bebê precisa ter pelo menos 34 semanas, cerca de 1,8 kg e já estar mamando.

Contato

Dentro do projeto de humanização da UTI Neonatal do hospital, além da “Hora da Soneca está o contato direto dos bebês com os pais, que evolui pouco a pouco. “Abaixo de 1,2 kg só fica dentro da incubadora, mas os pais podem visitar, ficar por horários mais longos, pelo menos 2h, tocá-los e falar com eles.

Depois disso já podem ir para o colo da mãe no sistema canguru, com o bebê no colo, pele a pele, a mãe vira uma incubadora e aquece o bebê, isso já por dois períodos de 2h por dia”, diz Torricillas. “Com 1,5 kg ele já pode mamar, já é outro tipo de vínculo”, completa.

Segundo o médico, alguns bebês nascem com apenas 600g, com 24, 25 semanas. “Chegam a ficar dois, três meses internados, todo esse tempo vai ter uma perda na parte emocional, então quanto mais rápido entra em contato com a mãe melhor”.

Geraldo Bubniak/Especial para o Metro Geraldo Bubniak/Especial para o Metro Geraldo Bubniak/Especial para o Metro Geraldo Bubniak/Especial para o Metro Geraldo Bubniak/Especial para o Metro

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