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Comprova: Mulher não entregou faca usada pelo agressor de Bolsonaro a um homem

É enganoso o vídeo que sugere que a faca usada no crime contra o candidato à Presidência do PSL, Jair Bolsonaro, foi passada da mão de um homem antes de chegar ao autor do crime, Adélio Bispo de Oliveira. O atentado aconteceu na última quinta-feira, 6 de setembro, enquanto Bolsonaro fazia campanha de rua em Juiz de Fora (MG).

O vídeo enganoso verificado pelo Comprova circula por redes sociais e aplicativos de mensagens. Publicado em um canal no YouTube chamado Samuca Fernandes, o vídeo sugere que uma mulher de óculos escuros, que estava na multidão, teria passado a faca para um homem de camiseta branca, que, por sua vez, teria repassado o objeto cortante para Adélio.

No entanto, ao analisar o vídeo é possível ver que a mulher em questão não passa nenhum objeto cortante para o homem de camiseta branca. Na sequência, é possível ver a mão do homem vazia após cruzar com a mulher. O Comprova fez uma análise deste vídeo em editores de imagens como o Watch Frame by Frame.

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Ao Comprova, a assessoria da Polícia Federal diz que não comenta investigações em andamento. Por ora, a única pessoa presa e investigada pelo crime é Adélio. Nenhum dos supostos nomes que são apontados em redes sociais como participantes do crime foi divulgado pela PF.

Adélio está preso e foi indiciado no artigo 20 da Lei de Segurança Nacional. Se condenado, o agressor pode ficar preso de 3 a 10 anos. Essa pena pode dobrar quando o ataque resulta em lesão corporal grave.

Apesar de a PF tratar oficialmente apenas Adélio como culpado, mulheres têm sido acusadas e perseguidas em redes sociais – sem provas – de participarem do atentado ao candidato do PSL. Entre os nomes que circulam na rede estão os de Maria Clara de Paula Ribeiro Tarabal e de Aryane Campos.

Um tweet de Alexandre Frota, candidato a deputado federal pelo mesmo partido de Bolsonaro, diz: “Atenção Brasil estamos atras dessa mulher que junto com os bandidos elaborou e participou do atentado ao Jair .ligue 190” (sic).

Apenas o vídeo publicado no canal de Samuca Fernandes teve mais de 177 mil visualizações no YouTube. Já no Facebook, esse mesmo vídeo teve mais de 2 mil interações (reações, comentários e compartilhamentos), segundo o CrowdTangle, ferramenta usada pelo Comprova para análise de redes sociais.

O site Boatos.org também verificou essa peça de desinformação.

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O Grupo Bandeirantes faz parte do Comprova, um projeto que reúne jornalistas de 24 diferentes empresas de mídia brasileiras para identificar e explicar rumores, conteúdo forjado e táticas de manipulação que possam influenciar a campanha para as eleições presidenciais no Brasil em 2018. Band, canal BandNews, BandNews FM, Rádio Bandeirantes e Metro Jornal fazem parte da coalizão «Jornalismo Colaborativo contra a Desinformação».

O Comprova foi inspirado por outros projetos do First Draft, como o CrossCheck – sua iniciativa de colaboração jornalística premiada, realizada durante a campanha eleitoral presidencial na França, em maio de 2017. Outros deles foram parcerias com agências de verificação de fatos nas eleições de junho de 2017 no Reino Unido e de setembro de 2017 na Alemanha.

Confira neste link todos os parceiros do projeto.

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