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Usina nuclear do Japão tem energia restaurada depois de terremoto provocar blecaute

Kyodo/via Reuters

A energia de uma usina nuclear de Hokkaido, no norte do Japão, foi restaurada nesta quinta-feira depois que um forte terremoto deixou a instalação na dependência de geradores de emergência durante 10 horas de tensão, mas pode levar até uma semana para que a eletricidade seja restabelecida em toda a ilha.

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O tremor de magnitude 6,7 provocou um blecaute pouco depois das 3h da manhã (horário local) e deixou ao menos sete mortos, mais de 100 feridos e dezenas de desaparecidos em Hokkaido, ilha de cerca de 5,3 milhões de habitantes cuja capital é Sapporo.

Uma grande usina movida a carvão também foi danificada pelo sismo, que derrubou a rede de transmissão de energia.

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A situação em Tomari, usina nuclear de três reatores da prestadora de serviço Hokkaido Electric Power, foi um eco preocupante, embora breve, do desastre nuclear de Fukushima Daiichi em 2011.

Naquela ocasião os reatores derreteram depois que um grande tsunami destruiu os geradores reservas, cuja função é manter a energia para resfriar os reatores em emergências.

Embora a usina de Tomari tenha sido desligada depois do desastre de Fukushima, precisa de eletricidade para manter os bastões de combustível resfriados, e teve que contar com geradores reserva a diesel que se ligaram depois do terremoto até a energia ser restaurada em todos os três reatores perto das 13h.

Agora a Hokkaido Electric corre para devolver a energia a casas, fábricas e outros clientes ao mesmo tempo em que equipes de resgate usam maquinário pesado e equipamento de escavação para procurar sobreviventes que podem estar presos em edifícios abalados.

A situação de Hokkaido foi agravada pelas dificuldades para receber suprimentos de regiões vizinhas que continuam dominadas por outras prestadoras de serviço com suas próprias redes de transmissão, outro eco da tragédia de 2011.

O porta-voz da Hokkaido Electric disse que a empresa não está recebendo suprimentos de Honshu, ilha do sul que abriga Tóquio, Osaka e Nagoya, apesar de existir uma conexão de 600 megawatt para a transferência de energia do litoral da principal ilha do Japão.

“Em toda a nação eles vêm tentando reforçar os sistemas de energia conectando esses domínios bastante balcanizados, mas não é tão fácil quanto parece”, explicou Andrew DeWit, professor de política energética da Universidade Rikkyo de Tóquio. “Isso exige equipamentos como transformadores, que são bastante caros e feitos sob medida”.

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