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Madrugada é horário com mais invasões de imóveis

A comerciante de Santo André I.D.S., 52 anos, dormia quando três assaltantes armados invadiram a casa dela, renderam a família e levaram parte de suas economias. “É um sentimento horrível. Depois disso, instalei grades em todas as portas e janelas. Passei a viver em uma prisão e nunca mais me senti segura de novo”, lembra a moradora do Condomínio Maracanã, que diz acreditar que os ladrões tinham informações sobre seus hábitos.

A Secretaria de Segurança Pública não divulga dados referentes a roubo e furto de imóveis. Mas a empresa particular de segurança Sekron Digital conseguiu traçar um perfil dos casos com base nos clientes atendidos no ABC.

Assim como aconteceu com a comerciante, a madrugada é o horário predileto dos criminosos para agir e em grande parte dos casos os autores já tinham informações internas.

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A Sekron monitora 580 imóveis nas sete cidades da região, entre residências e comércios. No ano passado, precisou atender 58 casos de roubo e furto, média de 1 sinistro a cada 10 clientes. Diadema lidera em ocorrências e destoa nos dados. Foram 29 casos no ano passado em um total de 61 monitoramentos, média de cinco ocorrência em cada 10 (veja os dados acima).

O horário de atuação de 45% dos criminosos na região, de acordo com o levantamento, é entre meia-noite e 6h. Em seguida, aparecem os horários da noite (26%), tarde (24%) e manhã (5%).

O diretor-comercial da Sekron, Rafael Bernardini, afirma que há diferenças de perfis entre o criminoso do furto e do roubo. “Pelo histórico que acompanhamos, os arrombamentos são realizados por um ladrão amador, que nem utiliza armas, já que terá pena maior se for flagrado. Ele tem informações internas e prefere agir quando não há ninguém na casa ou estabelecimento”, explica sobre os furtos.

Já nos assaltos, o morador é rendido. “Este tipo de roubo acontece em 90% dos casos na entrada e saída de veículos. É muito difícil evitar esses casos, já que a vítima tem medo de usar o celular ou apertar o botão do alarme.”

O especialista em segurança, que atende também bancos e hipermercados, diz que os moradores precisam pensar na segurança do imóvel como um todo. “O criminoso vai sempre analisar onde há mais facilidade. O imóvel precisa ser pensado em camadas. O muro é a primeira, e o ideal é que tenha cerca e sensor. Dentro da casa, mais sensores e câmeras. Fora isso, é preciso atenção e rapidez na entrada e saída. Se tiver câmeras, visualize antes como está a parte externa”, diz Bernardini.

Dados públicos

A Secretaria de Segurança Pública diz que não pode comentar o levantamento por desconhecer a metodologia da empresa. O órgão público afirma trabalhar com policiamento preventivo em locais com maior incidência.

Por isso, a secretaria alerta para a necessidade de se procurar as delegacias. “O boletim de ocorrência é uma importante ferramenta para a inibição dos crimes, por meio dele é que os locais com maior concentração de casos têm o policiamento reorientado”, diz em nota.

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