A profissão associada à segurança pública está presente no nome de urna de 71 candidatos a uma vaga na Assembleia Legislativa. São delegados, cabos, sargentos, majores, capitães, tenentes, coroneis e bombeiros, além de um agente federal, que tentam ampliar a bancada da segurança, hoje formada por três parlamentares –todos candidatos a reeleição.
Há quatro anos, houve 44 pessoas disputando uma vaga a deputado estadual usando esse tipo de alcunha. São 3,3% dos 2.129 postulantes do atual pleito.
Dos candidatos da “bancada da bala” a deputado estadual que usam o cargo associado à segurança em seu nome, 23 são do PSL, partido do candidato à Presidência Jair Bolsonaro. Depois, são sete do PR e sete do Patriotas, outra legenda que tem um militar disputando o Planalto, o Cabo Daciolo.
Recomendados
Sem empréstimo, sem enterro! Tio Paulo ainda não foi enterrado porque família alega não ter dinheiro
“Tio Paulo” era um homem simples, sem mulher ou filhos, dizem vizinhos. “Gosta de um biricutico”
Caso do acidente com Porsche em SP: delegado é afastado do caso após críticas sobre investigação
Para Jésus Gomes de Almeida, professor de teoria de administração na Fecap, o capitão reformado do Exército é um dos motivos para tantos candidatos com o discurso da segurança.
“Bolsonaro vem encontrando desempenho razoável nas pesquisas de intenção de voto. Isso cria um vácuo, uma trilha para candidatos parlamentos de modo geral tentar surfar nessa popularidade e nessa onda”, avaliou.
O professor destaca que é algo parecido com o que funciona com o marketing em geral. “As novas marcas tendem a se aproximar de marcas tradicionais e esse é um fenômeno parecido, aqui associando os nomes com sua conexão com forças de segurança para se associar a um candidato com forte popularidade”, disse.
E, na análise de Almeida, o discurso da segurança está tendo tamanha adesão por causa das questões relacionadas com a sensação de insegurança da população.
“Eles buscam identidade com o clima do medo que atinge os cidadãos, especialmente os de classes mais baixas”, declarou.
A disputa
Se a candidatura dos 2.129 inscritos que constavam ontem no site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) for confirmada, serão 22,65 candidatos a cada uma das vagas na assembleia. Dos atuais deputados estaduais, 78, ou 82,9%, vão tentar a reeleição.