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Livro reúne capas do Metro Jornal e discute importância das artes visuais para o impresso

Metro Jornal

Se você fosse perguntado sobre o que faz uma notícia ou compõe uma informação em um jornal diário, possivelmente não responderia de primeira: o desenho do periódico. Embora não seja a alma de um tabloide, o design certamente é parte de seu coração. Essa questão é bem discutida no livro “Design de Notícias e Padrões Gráficos no Jornalismo Impresso” (Editora PUC Minas; 218 págs.; R$ 55), do professor de Planejamento Gráfico da PUC-MG, José Maria de Morais, que usa o padrão gráfico do Metro Jornal como base de seu argumento.

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A 1ª edição do Metro Jornal circulou na Suécia em 1995

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O livro, resultado de uma dissertação de mestrado defendida em dezembro de 2016, mergulha no projeto gráfico-editorial do Metro – considerado um dos mais inovadores no meio jornalístico –, para discutir de forma abrangente e didática a importância dos padrões visuais e da arte para o design editorial de jornais diários não apenas no Brasil, mas também em outros países. “Acho que o diferencial do Metro Jornal no mercado é justamente sua estrutura editorial e gráfica. Além disso, o jornal apresenta uma forma diferente de fazer jornalismo. Você tem notícias sendo produzidas em várias cidades que podem ser usadas em outras redações, sem precisar de deslocamentos. Isso é algo inovador e alinhado com o novo modelo de se fazer jornal impresso”, analisa o autor.

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“O trabalho do professor José Maria de Morais nos enche de orgulho, pois trata com seriedade e extremo rigor a influência do design na mídia impressa e seu papel no estreitamento de laços com o leitor. Exatamente o que buscamos a cada edição do Metro.” – Luiz Rivoiro, editor-chefe do Metro Brasil

A obra ainda toca em aspectos interessantes e curiosos sobre o Metro e ajuda a entender um pouco da história do jornal, desde sua origem na Suécia, em 1995, até sua chegada ao Brasil, em 2007. “Uma das descobertas mais instigantes durante o processo de investigação para o livro foi saber que o Metro foi criado dentro de uma sala de aula de um curso de jornalismo em Estocolmo por Pelle Anderson, que na época tinha somente 19 anos. E, a partir dali, o jornal acabou se tornando um dos mais espetaculares empreendimentos editoriais do mundo. Algo fenomenal”, revela o professor Morais.

“O livro oferece uma reflexão atual e aprofundada sobre o design de notícias que, na contramão do discurso simplista de obsolescência, tem o mérito de apontar possíveis caminhos na relação dos leitores com o jornal impresso.” – Vitor Iwasso, editor executivo de arte do Metro Jornal

Com uma linguagem técnica mais acessível, o trabalho consegue realçar de forma clara como a mentalidade global, gráfica e inovadora foi crucial para colocar o Metro exatamente na contramão da chamada “crise do jornal impresso” no cenário global. “Muitas pessoas dizem que os jornais impressos vão acabar. Até acredito que isso possa acontecer, mas não agora. Acho que o diferencial que faz o Metro ter uma vantagem ímpar no mercado é exatamente a estrutura editorial e gráfica do tabloide. O Metro Jornal mostra uma forma diferente de fazer jornalismo. Isso é essencial para sua sobrevivência e sucesso agora e no futuro”, conclui.

“Uma obra de um educador conceituado que retrata com detalhes e riqueza de informação a produção de um jornal que nos orgulha todos os dias.” – Juvercy Júnior, editor executivo do Metro Belo Horizonte

Dados que ‘saltam aos olhos’

Considerado o maior jornal do mundo pelo livro dos recordes (‘Guinness Book’), a edição do Metro Jornal em Belo Horizonte serviu como base para o autor. Confira algumas informações do veículo que estão no livro.

Em www.readmetro.com, o leitor tem acesso a todas edições do Metro no Brasil e nos países onde ele está presente.

Entrevista com o autor, José Maria de Morais

Metro: De acordo com sua pesquisa, como o Metro Jornal se comunica com o leitor por meio do design?

José Maria de Morais: Percebi que, em muitos momentos, o design se torna o protagonista da edição, com uma perfeita interlocução entre o conteúdo e a forma. Esta interlocução me chamou atenção. Muitos editores nos jornais de referência não permitem grandes alterações nos projetos gráficos.  Já o Metro permite que a comunicação com o leitor seja feita por meio do design e por uma rígida aplicação do projeto gráfico editorial concebido para o jornal, valorizando o gráfico, o estético e entendendo que este pode contribuir no processo de leitura. Especialmente nas capas, o Metro permite que o design dê o tom e busque a atenção do leitor, levando-o até a notícia.

M: Qual a sua percepção sobre o cenário atual do jornalismo impresso?

JMM: Para fazer frente à grande concorrência que os impressos estão sofrendo, os jornais estão se reestruturando, se reinventando. Essa reestruturação passa pelo design, pois através dele é possível dar uma forma mais alinhada aos meios digitais na busca pelo leitor. Isso significa que o design tem sido uma peça importante na manutenção de muitos jornais impressos, o que acaba refletindo neste cenário o jornalismo impresso está vivendo, mais pelos jornais do que pelas revistas. O Metro foge à regra.

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