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Operação contra tráfico prende 26 PMs em Campinas

Uma operação do Gaeco, braço do Ministério Público que combate o crime organizado, em conjunto com a Corregedoria da Polícia Militar, prendeu nesta terça-feira 26 policiais militares dentro da Operação Tio Genésio, que cumpriu 40 mandados de prisão em Campinas contra o tráfico de drogas. Destes, 32 eram contra PMs, que recebiam propina dos traficantes para “protegê-los”. A quadrilha movimentava cerca até R$ 200 mil por mês.

A ação aconteceu durante todo o dia de ontem em pontos de vendas de droga na Vila Boa Vista, local identificado como eixo do esquema que unia criminosos e PMs. 

A expectativa é que outros seis PMs se entreguem nas próximas horas. Um deles já havia sido expulso da corporação por envolvimento com caça-níqueis. Um PM fazia parte do Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) e os outros 30 pertenciam à 5ª companhia do 47º Batalhão da PM. Segundo informou a própria corporação, o número de presos corresponde à 20% do efetivo. O que significa, para se ter uma base de comparação, que a cada viatura com cinco policiais, um deles era corrupto.

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Outros quatro traficantes, dos oito mandados expedidos, foram presos. Dentre eles, duas mulheres, que atendem por Nayara e Tainá, apontadas como administradoras do grupo. Um outro rapaz, de nome Juliano, foi preso por ser o responsável por levar a droga aos pontos de venda. Já o chefe da quadrilha, chamado de Gordo, foi preso em casa, no Parque Industrial.

Também foram apreendidos celulares, computadores, anotações, materiais para embalar a droga, além de máquinas de cartão de crédito e um carro utilizado pelos bandidos.

O esquema

A investigação começou em janeiro após denúncia feita ao comando do policiamento do Deinter 2. A partir de interceptações telefônicas, foi identificado que o tráfico possuía seu eixo na Vila Boa Vista. Os policiais recebiam entre R$ 100 e R$ 300 por semana – de acordo com a patente – dos traficantes para deixarem de fiscalizar a região, permitindo assim que até filas fossem formadas para a compra da droga sem nenhum tipo de ação policial. Além disso, antecipavam informações sobre operações da polícia em áreas de tráfico, para que os bandidos pudessem se preparar e fugir de qualquer tipo de abordagem. A investigação do Gaeco continua para tentar identificar outros criminosos no esquema.    

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