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Eleições 2018: quem são os candidatos a vice e o que agregam a seus presidenciáveis?

Como Fernando Haddad, General Mourão, Ana Amélia, Kátia Abreu e Eduardo Jorge podem interferir nas condições de competição dos candidatos à eleição 2018.

O cálculo político por trás da escolha do candidato a vice em uma chapa presidencial costuma levar em conta a contribuição do nome para trazer recursos financeiros e midiáticos à campanha, o reforço ou complemento ideológico que significa e a amplitude do eleitorado que poderá ajudar a alcançar. Em uma eleição atípica como a de 2018, no entanto, essa escolha foi feita pela maior parte das candidaturas em cima da hora e na base da falta de opção.

Muitos candidatos a vice foram confirmados apenas no último domingo, no limite do prazo legal estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Sucessor do presidente caso o titular esteja provisória ou permanentemente afastado do Planalto, o vice tornou-se figura evidente nos últimos anos, depois que Michel Temer (MDB), eleito vice na chapa de Dilma Rousseff (PT), assumiu seu posto após processo de impeachment.

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«Para o eleitor, o vice tem menos peso do que se imagina. Mas ele é muito importante para as negociações de cargo entre as lideranças partidárias, para garantir capilaridade às campanhas e até mesmo para afastar acusações sobre falta de representatividade», explica o cientista-político Hilton Fernandes, da Fundação Escola de Sociologia e Política (FESP), que atribui ao último aspecto a presença de pelo menos 4 vices mulheres – sem contar a possibilidade de Manuela D’Ávila (PCdoB) na vice do PT, ainda em negociação.

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«O vice deveria prolongar o alcance da candidatura de alguma maneira. Na configuração atual, no entanto, a maior parte dos vices não deve trazer nem votos, nem recursos financeiros ou tempo de TV para os titulares», opina o cientista-político Marco Antônio Carvalho Teixeira, da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo.

Afinal, quem são e o que agregam cada um dos nomes apontados pelas candidaturas para a vice?

Fernando Haddad (PT), vice de Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

Com o nome de Fernando Haddad (PT-SP) na vice, o PT colocou em marcha o plano B eleitoral. Diante do muito provável indeferimento da candidatura de Lula – condenado e preso na operação Lava Jato -, Haddad deverá assumir a cabeça da chapa. Até lá, no entanto, o partido fará um movimento duplo: o de fortalecer o nome do ex-presidente como titular na disputa e o de apresentar Haddad ao eleitorado como um substituto à altura para o projeto lulista.

«O PT caiu na real de que, com o início da propaganda eleitoral, o eleitor pode perceber que Lula não será viável e consolidar na cabeça uma escolha alternativa, que não seja do partido. Para não correr esse risco, vão trabalhar paralelamente ao Lula o seu plano B», diz Carvalho.

Prefeito de São Paulo entre 2013 e 2016, Haddad, tem 55 anos e é relativamente desconhecido do eleitor nacionalmente. Venceu o pleito municipal contra o tucano José Serra no segundo turno e perdeu a reeleição, no primeiro turno, para João Doria (PSDB-SP), que é atualmente candidato a governador em São Paulo.

Com sólida trajetória acadêmica na Universidade de São Paulo (USP), é professor de Ciência Política. Chegou a Brasília em 2003, no primeiro ano do governo Lula, para atuar no Ministério do Planejamento sob a gestão de Guido Mantega. A convite do ex-presidente Lula, foi ministro da Educação entre 2005 e 2012, período no qual reformulou o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Haddad foi o coordenador do recém-lançado programa de governo da candidatura petista. Seu nome vinha sendo aventado como uma das alternativas para se candidatar no lugar de Lula, ao lado do ex-governador da Bahia Jaques Wagner e da senadora Gleisi Hoffmann.

A atual configuração da chapa petista, no entanto, não indica que ela chegará às urnas como puro sangue.

A sui generis situação do PT criou ainda uma estranha figura: a vice do vice. Se Lula for mesmo barrado da eleição pela lei da Ficha Limpa, que veda a participação de condenados em segunda instância na disputa, Haddad ascenderá ao cargo de titular e deve deixar o posto de vice para Manuela D’Ávila (PCdoB), candidata à Presidência dos comunistas até o último fim de semana.

A candidatura de Manuela foi retirada depois que os comunistas decidiram se aliar ao PT, apesar da insegurança jurídica da candidatura de Lula. Embora aliados de Manuela tenham considerado a situação de estepe da política como «constrangedora», o cálculo do PC do B é pragmático: sem coligar com o PT, o PC do B pode ter dificuldade de fazer uma boa bancada para o Legislativo ou mesmo correr riscos em relação à cláusula de barreira, que pode barrar a representação política de partidos pequenos, que não atinjam um dado percentual de votos. Com a coligação com o PT, o PC do B assegura desempenho eleitoral superior ao mínimo estabelecido pela última reforma eleitoral.

Ana Amélia (PP), vice de Geraldo Alckmin (PSDB)

Ameaçado em sua posição de candidato preferencial do eleitorado à direita, Geraldo Alckmin, do PSDB, optou por uma vice que fortalecesse sua posição nesse espectro eleitoral. Dentre as possibilidades oferecidas pelo Centrão, grupo de partidos liderados por DEM, PR, PP e Solidariedade e que trouxe ao tucano o maior tempo de TV da disputa, Alckmin optou pela senadora Ana Amélia Lemos (PP).

Eleita senadora pelo Rio Grande do Sul em 2010, Ana Amélia ficou conhecida por suas posições antipetistas. Foi uma das maiores defensoras do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e chegou a elogiar ataques a pedrada à caravana de Lula pelo interior do Rio Grande do Sul no início do ano. «Quero cumprimentar Bagé, Santa Maria, Passo Fundo, Santana do Livramento, que botou a correr aquele povo que foi lá levando um condenado», disse na ocasião. Ela ainda provocou polêmica ao ligar a rede de televisão Al Jazeera ao grupo Estado Islâmico.

Com cerca de 7% das intenções de voto, contra 19% de Bolsonaro, e ameaçado em redutos tucanos históricos, como São Paulo e Minas Gerais, Alckmin acenou para o eleitor tradicional tucano com a escolha de Ana Amélia.

«É uma estratégia de nicho, de fortalecer o que já deveria ser seu para ir ao segundo turno. Por isso a escolha por uma representante do Sul, uma liderança antipetista. Não faria sentido para Alckmin disputar o Nordeste, um voto difícil para o tucano, nesse momento», avalia Fernandes. No Nordeste, Alckmin oscila entre 2% e 4% das intenções de voto.

Ana Amélia enfrentaria uma disputa relativamente tranquila por um segundo mandato no Senado, mas abriu mão da reeleição para integrar a chapa de Alckmin. Após a escolha, Alckmin a qualificou como a «vice dos sonhos», embora a primeira opção do tucano fosse o empresário da Coteminas Josué Gomes, filho de José Alencar, que foi vice-presidente com Lula por oito anos. Alegando ligações emocionais familiares com o petista, Josué declinou de compor a chapa tucana.

Ana Amélia tem 73 anos e tornou-se conhecida no sul pela longa carreira de jornalista, tendo sido comentarista política na TV Globo local. Se não favorece Alckmin no Nordeste, ela dialoga com as mulheres, fragilidade da candidatura mais forte do campo da direita, a de Bolsonaro. Em vídeo publicado em suas redes sociais anunciando que aceitara ser vice de Alckmin, a senadora afirmou que vai manter seu apoio «incondicional» à operação Lava Jato e sua posição contra o foro privilegiado caso seja eleita vice-presidente.

Antonio Hamilton Mourão (PRTB), na chapa de Jair Bolsonaro (PSL)

Na posição de vice de Bolsonaro, Antônio Hamilton Mourão fará às vezes de caixa de ressonância do ex-capitão: tanto o perfil pessoal quanto os posicionamentos políticos de ambos são muito alinhados. Do ponto de vista de recursos, a escolha não traz grandes avanços: com a presença do militar do PRTB (presidido por Levy Fidelix), o tempo de TV de Bolsonaro deverá passar de oito segundos para 15 segundos.

Embora irrisório, o aumento foi comemorado por aliados. «Antes eu só poderia dizer: ‘meu nome é Oli’, agora vou poder dizer: ‘meu nome é Olímpio'», afirma o candidato ao senado, deputado federal Major Olímpio (PSL-SP).

Nascido em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, o general Mourão ingressou no Exército em 1972 e passou à reserva no ano passado, após protagonizar uma série de polêmicas. Perdeu o cargo de secretário de Economia e Finanças do Comando do Exército depois de defender uma intervenção das Forças Armadas caso o Judiciário não solucionasse «o problema político». Antes disso, já havia sido exonerado da liderança do Comando Militar do Sul após fazer críticas à classe política e defender «o despertar para a luta patriótica», e exaltar como «herói» o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra – que chefiou um dos principais centros de repressão do regime militar e é autor do livro de cabeceira de Jair Bolsonaro.

A definição pelo nome de Mourão aconteceu na última hora, depois de semanas de desgaste acumulados por Bolsonaro na busca por um vice. O drama começou quando a união com o senador Magno Malta, do PR, não se concretizou. Com isso, Bolsonaro perdeu a chance de chegar a quase um minuto de propaganda eleitoral televisiva – tempo que hoje engrossa a campanha de Alckmin.

O segundo indicado, o general Augusto Heleno, foi desautorizado de ocupar a vice pelo seu partido, o PRP. Como terceira opção, despontou a advogada Janaína Paschoal, autora do pedido de impeachment de Dilma. Filiada ao PSL, ela não teria tempo de TV ou recursos a oferecer, mas poderia aumentar a penetração de Bolsonaro junto ao eleitorado feminino, onde ele enfrenta resistências. Por questões familiares de Janaína e pelo mal-estar que ela provocou ao criticar a postura acrítica de seguidores de Bolsonaro, acabou descartada. Houve ainda sondagens a um descendente da família Orleans e Bragança, o príncipe Luiz Phillipe, e ao astronauta Marcos Pontes.

Mourão tem 64 anos e é presidente do Clube Militar, mas começou sua carreira na Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende, no Estado do Rio, também frequentada por Bolsonaro. Eduardo Bolsonaro, filho do presidenciável e deputado qualificou a escolha como «faca na caveira». «O que ele quer dizer é que há uma sintonia muito fina entre Bolsonaro e Mourão, e numa chapa presidencial tem que ser assim», afirmou Olímpio.

«Bolsonaro foi para o gueto, precisava de alguém que contrapusesse um pouco seu perfil, não o reforçasse. O vice de um partido nanico e folclórico não traz muito tempo de TV nem o faz avançar entre os eleitores», avalia Carvalho.

Eduardo Jorge (PV), na chapa de Marina Silva (Rede)

A trajetória de Eduardo Jorge e de Marina Silva já se cruzou muitas vezes antes que eles se encontrassem em 2018, ele como vice dela. Ambos foram do PT, do PV, apoiaram o tucano Aécio Neves em 2014 e declararam aprovar o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Agora, graças à presença de última hora do verde na chapa, Marina deve ter em torno de 30 segundos de TV, contra oito que teria pela Rede originalmente, e sua presença estará assegurada em debates presidenciais.

Além disso, graças à coligação, a Rede terá mais chance de superar a cláusula de barreira para ter acesso a fundo partidário em 2022.

Eduardo Jorge Martins Alves Sobrinho é médico sanitarista, ex-deputado federal e foi secretário municipal de Saúde e do Meio Ambiente em diferentes gestões em São Paulo. Candidatou-se à presidência pelo Partido Verde em 2014. Teve 0,61% dos votos.

Nascido em Salvador, Jorge tem 68 anos começou a se envolver com política ainda como estudante de medicina em João Pessoa, e envolveu no movimento estudantil a partir de 1968, durante a ditadura militar. Ajudou a fundar o PT e elegeu-se deputado estadual e federal quatro vezes pelo partido – mas saiu da sigla em 2002 dizendo ter perdido confiança em suas lideranças. Ingressou no Partido Verde e chegou a participar de governos do PSDB e do DEM em São Paulo, como secretário durante as prefeituras de José Serra e Gilberto Kassab.

Bem aceito pelo eleitorado jovem, Jorge poderá ajudar Marina a recuperar prestígio na faixa de idade em que ela já amealhou cerca de 30% da preferência, mas hoje atinge apenas cerca de 10%. O nome de Jorge adiciona ainda pitadas de contradição à candidatura da Marina: ele é abertamente a favor da legalização da maconha e da descriminalização do aborto. Marina já se pronunciou contra ambos, e diz propor consultas à população por meio de plebiscitos.

«Ele pode servir para representar ideias que ela pode colocar em prática, mas não defende. O discurso de Marina é mais conservador do que sua prática. Se provar que pode trabalhar bem com pessoas que acreditam em coisas muito diferentes das que ela pensa, Marina pode conquistar um eleitorado que tende a ficar desconfiado de suas posições», opina Fernandes.

Kátia Abreu (PDT), na chapa de Ciro Gomes (PDT)

Chamada pelo petista Jaques Wagner de «a direitinha mais querida da esquerda» por sua atuação contra o impeachment de Dilma Rousseff, a escolha de Kátia Abreu, do PDT, para vice de Ciro Gomes é mais fruto da falta de opção do que de escolha.

«Isolado pelo PT e pelo PSB na última hora e tendo perdido o Centrão para o Alckmin, Ciro teve que olhar para dentro de casa para buscar uma alternativa», diz Carvalho.

Nascida em Goiânia, Kátia Abreu é senadora pelo Estado do Tocantins e foi ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no governo Dilma Rousseff. Abreu entrou na vida pública por sua atuação como pecuarista e dirigente de sindicatos rurais. Chegou a presidir a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), entre 2008 e 2011.

Foi eleita deputada em 2002 e senadora em 2006, e tornou-se a primeira mulher a presidir a bancada ruralista no Congresso. Com trajetória na direita, militando pelo DEM, foi crítica de Dilma Rousseff durante a campanha de 2010, mas aliou-se a ela durante seu governo, e foi indicada para chefiar a pasta da Agricultura. A indicação provocou a ira de ambientalistas. Em 2010, Abreu foi «premiada» com a Motosserra de Ouro pelo Greenpeace, em protesto contra sua atuação em defesa de ruralistas durante a elaboração do Código Florestal. À época, o prêmio foi entregue pela ativista indígena Sônia Guajajara – as duas agora se enfrentam na disputa pela vice-presidência.

Abreu mostrou-se aguerrida defensora de Dilma, o que provocou seu rompimento com a base eleitoral ruralista. Por contrariar seu partido à época, o MDB, acabou expulsa e entrou no PDT de Ciro há menos de seis meses. Pelo novo partido, disputou eleição para mandato tampão ao governo do Tocantins, mas ficou apenas em quarto lugar.

«Kátia Abreu perdeu seu próprio nicho, na direita, e não deve colaborar para aumentar a simpatia a Ciro nesse espectro. Por outro lado, pode ter deixado de ser odiada pela esquerda, mas certamente não é amada. E pode afugentar os votos da esquerda que Ciro Gomes vêm tentando conquistar», diz Fernandes.

Germano Rigotto (MDB), na chapa de Henrique Meirelles (MDB)

Natural de Caxias do Sul (RS), Rigotto começou a carreira política como vereador do município. Foi deputado estadual por dois mandatos, federal por outros três e governou o Rio Grande do Sul entre 2003 e 2006. No domingo, na convenção estadual do MDB em Porto Alegre, Meirelles afirmou que Rigotto fará «uma grande diferença» na disputa. Porém, ele tem aparecido com apenas 1% das intenções de voto nas pesquisas eleitorais. É a primeira vez desde 1994 que o MDB apresenta candidato próprio ao Planalto.

Christian Lohbauer (Novo), da chapa de João Amoêdo (Novo)

Christian Lohbauer é mestre e doutor em Ciência Política pela USP e professor de relações internacionais. Até março deste ano, Lohbauer era diretor de Assuntos Corporativos da Bayer no Brasil, e antes dirigiu a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) e a Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (Abef). Também foi gerente de Relações Internacionais da Federação da Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Lohbauer havia anunciado sua pré-candidatura ao Senado por São Paulo pelo Partido Novo, mas aceitou o convite de Amoêdo para vice.

Sônia Guajajara (PSOL), vice na chapa de Guilherme Boulos (PSOL)

A ativista indígena Sônia Bone Guajajara nasceu na Terra Indígena Araribóia, no Maranhão, e é a primeira candidata de origem indígena a concorrer em uma chapa ao Palácio do Planalto. Filha de pais analfabetos, concluiu o ensino médio, graduou-se em Letras e Enfermagem e fez pós-graduação em Educação Especial.

Começou cedo a militância em defesa dos povos indígenas e do meio ambiente, e hoje coordena a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).

Helvio Costa (DC), vice de José Maria Eymael (DC)

Hélvio Costa é pastor da Assembleia de Deus e professor e disputa a vice-presidência pelo Partido Democracia Cristã ao lado de Eymael, que se candidata à presidência da República pela quinta vez.

Hertz Dias (PSTU), vice de Vera Lúcia (PSTU)

Dias tem 47 anos, é professor da rede pública no Maranhão e militante do movimento negro, candidato a vice na chapa de Vera Lúcia, sapateira e ativista sindical em Sergipe.

Léo Alves (PPL), vice de João Goulart Filho (PPL)

Professor de Direito em Brasília, Léo da Silva Alves será candidato a vice-presidente na chapa encabeçada pelo filho do ex-presidente João Goulart.

Paulo Rabello de Castro (PSC), da chapa de Álvaro Dias (Podemos)

Paulo Rabello de Castro é economista e ex-presidente do BNDES, cargo que deixou em março deste ano. Mestre e doutor em Economia pela Universidade de Chicago, Rabello também foi presidente do IBGE. O economista de 69 anos havia sido anunciado como pré-candidato à presidência pelo PSC antes de fechar a chapa com Álvaro Dias.

Suelene Balduino (Patriota), vice na chapa de Cabo Daciolo (Patriota)

Suelene Balduino é pedagoga e atua há mais de 20 anos na rede pública de ensino do Distrito Federal, não tendo experiência prévia na política.

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