Foco

Polícia culpa motorista de caminhão por acidente que matou juíza em SP

Por cima do viaduto Fepasa, do acidente que provocou a morte da juíza, só passam trens. Por isso, o elevado é de responsabilidade da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) André Porto/ Metro

Aproximadamente oito meses depois da morte de uma juíza atingida por um pedaço de concreto que caiu de uma ponte, em São Paulo, a polícia finalizou o inquérito. O caso aconteceu no dia 19 de novembro do ano passado, na avenida do Estado.

ANÚNCIO

Leia mais:
STF retoma hoje debates sobre descriminalização do aborto
Sobe para 140 o número de mortos em terremoto na Indonésia

Um pedaço de concreto se desprendeu e caiu sobre o carro onde estava a juíza de Direito Adriana Nolasco da Silva, de 46 anos, que morreu no acidente. A polícia concluiu o inquérito no último dia 16 de julho e indiciou o motorista do caminhão por homicídio culposo na direção de veículo automotor, crime previsto no Código de Trânsito.

Recomendados

A investigação entendeu que Pedro Fernandes de Oliveira deixou de observar a placa que indicava o limite de altura da ponte, de 4 metros e 30 centímetros. O caminhão tinha 4 metros e 46 centímetros, segundo o Instituto de Criminalística. No depoimento, o caminhoneiro disse que o trajeto tinha sido definido pela empresa onde ele trabalhava e que não poderia ser alterado.

A transportadora FL Logística Brasil prestava serviços para a Coca-Cola FEMSA, distribuidora dos produtos da marca. A polícia deixou as duas empresas de fora do processo, junto com a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), que é dona da ponte e responsável pela conservação.

Antes do acidente, muita gente já denunciava o mau estado da estrutura. E mesmo após oito meses da morte da juíza, nenhuma obra foi feita no local. Em nota, a CPTM disse que possui 75 pontes e viadutos em 23 municípios e que realiza manutenções periodicamente. A companhia também afirma que viaduto sobre a avenida do Estado não teve a estrutura danificada e, por isso, apenas foi necessário retirar o restante do concreto quebrado.

A reportagem da Rádio Bandeirantes procurou os familiares da juíza Adriana Nolasco da Silva, mas não teve retorno. A FL Logística Brasil disse em nota que prestou apoio à família da vítima e ao motorista da empresa. A transportadora afirma que os veículos da empresa utilizavam o mesmo percurso como rota diária havia pelo menos cinco anos, sem registro de acidentes e que a própria carreta envolvida  passou pelo mesmo local em três ocasiões nos 25 dias anteriores à morte da juíza.

Segundo a FL Logística, a carreta não bateu no viaduto. A transportadora alega que uma parte solta de uma estrutura de dutos, abaixo do viaduto, prendeu-se ao baú da carreta e o impacto teria provocado a queda de destroços. O motorista Pedro Fernandes de Oliveira não foi localizado.

Sobre a situação de pontes e viadutos em São Paulo, a prefeitura disse que um estudo feito pela Secretaria de Obras resultou no lançamento de duas licitações para contratação de empresas que irão desenvolver projetos de manutenção para 33 viadutos e pontes. Porém, os editais foram suspensos pelo Tribunal de Contas do Município.

Tags

Últimas Notícias