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Cenário eleitoral está convergindo para uma nova polarização, diz especialista

No Band Eleições desta segunda-feira, 30, o cientista político Fernando Schüler analisou o cenário eleitoral deste início de corrida presidencial que, segundo ele, caminha para uma pulverização ideológica no País.

“Nas últimas semanas, com as convenções partidárias, foi possível ver essa convergência para uma nova polarização; de um lado temos Geraldo Alckmin (PSDB), que formou uma enorme aliança, e do outro a esquerda com quem Lula (PT) apoiar ou com o próprio Lula caso ele consiga se candidatar”, afirmou em entrevista aos jornalistas Fernando Mitre, Eduardo Oinegue e Rafael Colombo.

Prova disso, na opinião de Schüler, é a dificuldade que outros candidatos, como Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Jair Bolsonaro (PSL), estão tendo para fechar alianças. “O Bolsonaro tem dificuldades, inclusive, em fechar aliança dentro do próprio partido”, ressaltou, citando a possível vice de sua chapa, a advogada Janaína Paschoal (PSL). “É claro que tudo pode mudar e muita coisa deve se resolver ao longo da semana, mas há uma sinalização clara de que voltaremos à clássica polarização.”

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Essa divisão ideológica deve ficar ainda mais clara no primeiro debate entre os presidenciáveis, que acontece no dia 9 de agosto na Band. “Haverá um choque de ideias, quando candidatos como Alckmin, Bolsonaro ou [Guilherme] Boulos (Psol) ficarem frente a frente”, pontuou.

Rejeição do eleitor
No programa também foi discutido a enorme rejeição da política pelos eleitores em pesquisas de intenção de voto, desenhada em um número que chega até 40%. Oinegue lembrou, porém, que na primeira eleição, em 2016, que ocorreu após a deflagração da Lava Jato, foram os partidos mais tradicionais que saíram vitoriosos. “O processo político oferta produtos e não temos alternativas. Todos os partidos têm problemas com a Lava Jato, em menor ou em maior grau”, disse o jornalista.

Lula
O cientista político Fernando Schüler comentou ainda a polêmica candidatura do ex-presidente Lula, que está condenado e preso em Curitiba. “É quase uma crença essa possibilidade de Lula ser candidato e o PT vai pagar um alto custo dessa insistência quase obsessiva da candidatura”, analisou.

Comentando alternativas ao ex-presidente, Schüler não crê que Fernando Haddad seja o candidato substituto, por ser “fora do mainstream”, e arrisca outro nome: o ex-ministro e ex-governador da Bahia Jaques Wagner.

O especialista ressaltou, no entanto, que insistir na candidatura de Lula “faz parte da defesa do ex-presidente” e “transcende a questão eleitoral”. “Mas há um limite nisso, que é o sacrifício do PT, já que [essa insistência] tende a inviabilizar uma coalizão em torno de Lula ou de qualquer outro candidato que o PT venha a lançar”, observou.

Band Eleições
O programa semanal foi exibido nesta segunda-feira, à 00h25, e será reexibido às terças-feiras no BandNews TV e na Rádio Bandeirantes.

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