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Multiplicação de pedintes afeta largo Santa Cecília

Quem precisar usar um dos banheiros da igreja do largo Santa Cecília, no centro, não pode esquecer de passar na secretaria antes. Isso porque nos sanitários não há papel higiênico, que são controlados pela paróquia. O motivo são os constantes furtos e depredações no local, que é frequentado por moradores de rua, muitos deles dependentes químicos.

“Eles pedem para usar o toalete e eu não tenho como falar não, mas dá problema. Já roubaram até torneiras e registros”, conta Maria da Glória, 65 anos, secretária da igreja. Segundo a secretária, é comum que pedintes abordem frequentadores da igreja mesmo dentro do templo.

“Eles chegam durante as orações, às vezes intimidando, praticamente assaltando. Muita gente deixou de frequentar as missas por causa disso.” Trabalhando na paróquia há cinco anos, Maria diz que as abordagens aumentaram bastante nos últimos meses.

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“Há dois meses tivemos que contratar um segurança”, lamenta. “E cada vez que a prefeitura ‘mexe’ na Cracolândia, piora”.

O largo fica a pouco mais de 1 km da região conhecida pela grande concentração de dependentes químicos nas ruas. Na região do largo há concentração de pessoas em situação de rua, e sinais de que algumas delas fizeram das calçadas suas residências fixas.

A reportagem do Metro Jornal encontrou “barraquinhas” escoradas nas grades e muros das ruas Palmeiras, Jaguaribe, Jesuíno Pascoal e na praça Marechal Deodoro, em frente ao elevado Presidente João Goulart, o Minhocão. A assistente de governança Isabel Marinho, 58, é moradora da rua Dona Veridiana, a duas quadras do largo, e reclama das frequentes abordagens dos moradores de rua. “Especialmente na entrada no metrô Santa Cecília tem muita gente pedindo dinheiro. Tenho dó, ainda mais nos dias frios”.

Autoridades

Procurado pela reportagem, o Metrô disse, em nota, que desincentiva usuários a darem esmolas nos trens ou nas saídas e entradas das estações e que os usuários que se sentirem constrangidos podem acionar funcionários da companhia. A SSP (Secretaria de Segurança Pública) informou que a Polícia Militar “realiza patrulhamento constante nas imediações” e ressaltou que a região registrou redução de 8,75% nos índices de furto e roubo entre janeiro e maio deste ano, quando comparado ao mesmo período de 2017.

A Prefeitura de São Paulo disse que as pessoas em situação de rua em Santa Cecília são abordadas três vezes ao dia por funcionários que as convidam a irem aos Centros de Acolhida, mas que elas “não são obrigadas a aceitar o encaminhamento”. Segundo a administração, esse trabalho será intensificado.

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