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Com temperatura mínima de 7,5ºC, São Paulo se prepara para mais dias frios

Nelson Antoine/Folhapress

Há um ano e meio, o professor de japonês Anderson Miranda, de 35 anos, teve que fazer um upgrade no guarda-roupa: casacos, botas e outras peças precisaram ser compradas. Tudo diante de seu primeiro inverno na cidade de São Paulo após ter deixado Belém, no Pará, onde, garante, o mais perto de frio eram os cerca de 25º C que fazia na época de chuvas, em dezembro. «Vim de uma terra quente, acho o máximo o frio. A minha mãe acha horrível, diz que lugar frio não é lugar para se viver», conta.

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Além disso, para se adaptar, o professor adotou um hábito inusitado: toma metade do banho quente e, antes de sair, desliga a temperatura durante alguns minutos. «Se eu saio com o corpo quente do chuveiro, sinto muito frio», explica.

E, para a alegria de Anderson, teve frio na terça-feira, 10, com temperaturas em torno de 10º C em grande parte da capital paulista. De todas as estações monitoradas pelo Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE), a mínima mais baixa foi de 7,5º C em Capela do Socorro, na zona sul, mas o frio permaneceu em todas as regiões, como os 9º C identificados em Pinheiros, na zona oeste.

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Para driblar o frio, o funcionário público Maurício Guido, de 57 anos, apostou no cafezinho no fim da tarde. «Ajuda a dar uma esquentada e também desperta, porque esse frio é convidativo mesmo é para dormir», aponta. Além disso, evitou transitar em lugares abertos. «Só saio para a rua se precisar ou de carro», diz ele, que, assim que entrou em seu veículo de manhã, ajustou a temperatura para 25º C.

Mas há também aqueles que não se intimidam com a baixa temperatura. Mesmo a tarde de terça-feira batendo o recorde de frio do ano, com média de 14,3º C, a estudante de Administração Mariana Aguiar, de 31 anos, tomou sorvete. «Prefiro no frio. No verão, tenho mais vontade de beber suco», comentou ela, que vestia um cardigã e um casaco «tipo de neve», segundo descreveu.

O quesito vestuário é, inclusive, um dos motivos pelos quais o analista de recursos humanos Fagner Lima, de 28 anos, mais gosta no inverno. «As pessoas ficam esteticamente mais bonitas. Fazem passeios diferentes. A comida também é boa, gosto muito de sopas, caldos.»

A fotógrafa Manuela Oristanio, de 28 anos, também estava preparada para um frio, com um casaco preto largo, que permitia envolver completamente a filha Pérola, de 5 meses. «Eu me enrolo e enrolo ela também», explica. «Eu gosto do meio termo. O frio atrapalha algumas coisas, mas ela (a bebê) gosta, até dorme mais», compara.

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