A meta de vacinar toda a população paulista contra febre amarela até o fim do ano dificilmente será cumprida, avalia o coordenador de Controle de Doenças da Secretaria de Saúde de São Paulo, o infectologista Marcos Boulos. Passados quatro meses do início da campanha, cerca de 55% da população-alvo foi imunizada «É decepcionante. Não estamos conseguindo atingir a população. Mantida essa tendência, não conseguiremos vacinar todo o Estado», resumiu.
A recomendação foi de tentar aproveitar a campanha de vacinação contra gripe para alertar sobre a necessidade de também se proteger contra o vírus. Os resultados, porém, foram menores do que o esperado. Agora, o Estado busca novas estratégias para tentar convencer a população sobre a importância de ser imunizado. O argumento: o risco é permanente.
Embora o número de casos da doença tenha diminuído com a chegada do frio, Boulos alerta que febre amarela é um problema que veio para ficar. «Não adianta. A doença não vai mais sair da região. Ela se tornou endêmica. Não é possível acabar com mosquito, não dá para acabar com as matas», completou. Uma pessoa não vacinada que for à região da Cantareira, na região norte da Grande São Paulo, diz Boulos, sempre terá risco de contrair a doença.
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Números
Neste ano, 531 casos autóctones de febre amarela silvestre foram confirmados em São Paulo, com 199 mortes. «Febre amarela é grave, 40% das pessoas infectadas morrem. Tudo isso poderia ser evitado com a vacinação.» A circulação do vírus tem se expandido ao longo dos anos no País.