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Greve dos caminhoneiros traz racionamento, preços altos e desperdício de alimentos

Ceasa do ABC funcionou com apenas 40% dos produtos. Nos supermercados, grande redes já limitam quantidade de produtos

O maior centro de distribuição de alimentos do ABC funcionou na quinta-feira com apenas 40% de sua capacidade por conta do bloqueio nas estradas realizadas pelos caminhoneiros. Consumidores da região encontraram prateleiras vazias e avisos de limite para compra de produtos em grandes redes de supermercados.

Enquanto há desabastecimento nas cidades, toneladas de alimentos são descartados após dias de cargas paradas nas rodovias. O cenário de alerta para a compra de comida causou na quinta-feira também filas em supermercados.

Centro de abastecimento
O diretor-presidente da associação das empresas da Ceasa (Central de Abastecimento de Santo André) do  ABC, João Lima, disse que a central funcionou com apenas 40% de sua capacidade. Por conta do desabastecimento, o horário de funcionamento que era da 0h às 12h passará a ser 22h às 6h hoje.

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“Não sei o que haverá para venda. Nossos produtos estão parados nas estradas. Agora temos outro problema que é a falta de diesel. Mesmo sem bloqueios, não há combustível para os caminhões.”

Lima conta que há também muito desperdício de alimentos nas vias paradas. “Temos um caminhão de tomate desde segunda parado, já estragou tudo. Duas mil caixas de morango também se perderam nos bloqueios.”

Frutas como manga, melancia, laranja, mamão estão com estoques reduzidos em 50% e os preços estão em média 40% mais caros na Ceasa.

Mercados

A falta de mercadorias já deixa em alerta também grandes redes de supermercado. Uma delas, com unidades em Santo André e São Bernardo, instalou placas na quinta-feira informando que cada pessoa só poderia levar máximo de cinco itens de cada produto. “Senhores clientes, devido a greve dos caminhoneiros e para que todos possam aproveitar nossos preços e ofertas, estamos limitando a venda”, dizia o aviso.

Em um loja atacadista de alimentos da Vila América, em Santo André, funcionários disseram que, até a tarde de quinta-feira, não havia acabado nenhum item por conta do estoque. “Mas hoje (quinta-feira) não entrou nenhum caminhão aqui. Se continuar assim, vai faltar muita coisa”, disse um dos trabalhadores.

“A matéria prima não chega na indústria e muito menos os produtos industrializados conseguem sair. O fato é que vamos começar a ter prateleiras vazias nos supermercados se a greve não parar”, afirmou o presidente do conselho-diretor da Abia (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação), Wilson Mello, à Rádio Bandeirantes.

 

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