Brasil

Eduardo Azeredo se entrega à Polícia Civil em BH

Ex-governador estava foragido desde a manhã desta quarta-feira

O ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB) se entregou no início da tarde de hoje em uma delegacia da Polícia Civil em Belo Horizonte. O político, que teve seu último recurso negado pelo TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) ontem, foi condenado a 20 anos e um mês de detenção por peculato e lavagem de dinheiro.

Primeiro réu detido no caso do mensalão tucano, Azeredo fará exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal) da capital mineira. Conforme a Polícia Civil, o tucano ficará detido em um batalhão do Corpo de Bombeiros.

Esquema de corrupção

Quase onze anos após o suposto crime, o Ministério Público apresentou a primeira denúncia, que envolvia 15 acusados – entre eles o ex-governador e o operador do esquema, Marcos Valério. O STF autorizou a abertura das investigações e em 2014 a PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu que o político fosse condenado a 22 anos de prisão. Em uma estratégia para arrastar o julgamento e não afetar as projeções de Aécio Neves (PSDB) nas eleições para presidente de 2014, Azeredo renunciou ao cargo de deputado federal. Com isso, o processo foi encaminhado pela Corte Suprema à Justiça mineira.

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Em dezembro de 2015, veio a primeira sentença: o TJMG condena Azeredo a 20 anos e dez meses de prisão. A defesa recorreu e em agosto de 2017 a pena é reduzida em nove meses – restavam mais dois recursos, os embargos de declaração (quando a defesa pede ao magistrado o esclarecimento sobre algum trecho da sentença) e os embargos infringentes (como a decisão não foi unânime, os advogados podem questionar o resultado e conseguir uma nova votação), todos negados.

Entre documentos e outros registros, o processo de mais de 12 mil páginas detalham o esquema para beneficiar a campanha do ex-governador. Cerca de R$ 3,5 milhões saíram da Copasa, Comig (Companhia Mineradora de Minas Gerais) e o Bemge (Banco do Estado de Minas Gerais) para financiar um evento esportivo. Os recursos foram transferidos para a agência de Marcos Valério, que, com a mesma estratégia usada mensalão do PT, repassou o dinheiro para o PSDB.

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