Brasil

‘Bolsonaro e PT são a mesma coisa, corporativismo puro’, diz Alckmin

Com dificuldades para crescer nas pesquisas eleitorais, o pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin, procurou, nesta quarta-feira, 23, se diferenciar do que considera pré-candidaturas «do extremo» e igualou o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) ao PT.

«O que anda para trás é caranguejo. O Brasil não vai regredir, o sofrimento foi muito grande com esse período populista», disse Alckmin, ao ser questionado sobre Bolsonaro durante sabatina realizada pela Folha de S.Paulo, UOL e SBT. «O Bolsonaro e o PT é a mesma coisa, é corporativismo puro», atacou.

Já sobre o ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes, pré-candidato ao Planalto pelo PDT, o tucano destacou que há diferenças «conceituais», mas evitou fazer críticas ao pedetista «Tenho discordância conceitual com o Ciro, mas acho que ele tem espírito público. Ele não é corporativista», disse o tucano.

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Alckmin destacou, no entanto, que o presidenciável do PDT tem uma visão de «reestatizar» o País. «Eu quero reduzir o papel do Estado e privatizar», comentou.

Azeredo e Aécio

Com a ordem de prisão contra o ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB), Alckmin, que preside o partido, procurou novamente distanciar seu partido do PT, cujo principal líder, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está preso em Curitiba. «Não vamos acampar na porta de penitenciária», afirmou, sem mencionar diretamente o ex-governador mineiro.

Sobre o senador Aécio Neves (PSDB-MG), réu no Supremo Tribunal Federal, Alckmin disse que «certamente» o parlamentar não será candidato às eleições deste ano. «Não tenho nem que subir em palanque de Aécio.»

Centro

Idealizador de um manifesto para unir o chamado «centro democrático e reformista», Alckmin pregou a união de partidos de centro em turno de uma candidatura única à Presidência, mas reconheceu que o campo não terá apenas um candidato no primeiro turno. Ele revelou que PSDB e PPS, além de parlamentares do PSD, PTB e PV, já assinaram o documento.

O tucano repetiu que só deve crescer nas pesquisas quando a campanha começar no rádio e na TV. «O quatro é multipartidário e, para isso, tem segundo turno. O que nós vamos fazer é suar a camisa para chegar no segundo turno», afirmou o ex-governador, dizendo que, atualmente, o PSDB está caminhando para uma aliança com cinco partidos. Ele destacou que as pesquisas, no momento, apenas «olham para trás» e que os candidatos «fora dos extremos» devem crescer no período oficial da campanha.

«Esta é uma eleição de resistência e de chegada», declarou. «Precisa ter resistência, não aceitar todas as provocações, passar por cima delas e perseverar.»

Geraldo Alckmin classificou ainda como «fake news» a especulação sobre a possibilidade do ex-prefeito de São Paulo João Doria substituí-lo como candidato do PSDB à Presidência da República. «Fake news. Não existe isso, o João Doria é candidato ao governo de São Paulo. É impressionante a criatividade», disse Alckmin, apontando a especulação como «criatividade» em busca de uma novidade e comparando o caso com o apresentador de TV Luciano Huck e o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, que chegaram a considerar a hipótese de entrar na corrida presidencial.

Previdência

Prometendo apresentar uma reforma da Previdência que iguale os trabalhadores dos setores público e privado, Alckmin disse que os militares não ficariam de fora de uma reforma apresentada em um eventual governo, mas que a proposta para as Forças Armadas precisa ser discutida de forma separada.

«Pretendo fazer um regime único, com uma exceção, as Forças Armadas», disse o tucano na sabatin. «Não vão ficar fora da reforma, pretendo sentar com as Forças Armadas, eles sabem disso, que não podemos continuar nesse modelo», reforçou o tucano, ponderando que no «mundo inteiro» o regime previdenciário dos militares é diferente dos demais servidores.

Alckmin voltou a defender as reformas da Previdência, trabalhista, tributária e de redução do Estado. Ele disse que a reforma trabalhista apresentada pelo presidente Michel Temer foi «bem feita» e que aperfeiçoaria apenas questões pontuais, como a condição de gestantes em trabalho insalubre.

O presidenciável repetiu sua promessa de zerar o déficit primário «em menos de dois anos», afirmando que, sem reformas, o Brasil caminha para uma «decadência econômica» nos próximos anos

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