Brasil

‘Invadiu? É chumbo’, afirma Bolsonaro em palestra no Rio

Em palestra na Associação Comercial do Rio nesta segunda-feira, 21, o deputado Jair Bolsonaro, pré-candidato do PSL à Presidência, foi aplaudido por cerca de 300 empresários quando incentivou atos violentos contra integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

Bolsonaro disse que esses movimentos são compostos por «marginais que devem ser tratados como terroristas». «A propriedade privada é sagrada. Temos que tipificar como terroristas as ações desses marginais. Invadiu? É chumbo!». Ele defendeu ainda o uso de «lança-chamas» em ações contra esses grupos. A plateia, formada por empresários que pagaram de R$ 180 a R$ 220 para participar do almoço, deu risada.

Ao tratar de segurança, Bolsonaro propôs o endurecimento da intervenção federal no Rio. «A questão da violência se combate em alguns casos com mais violência ainda», afirmou. «Temos que acabar com a figura do ‘excesso’ (policial).»

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Bolsonaro, no entanto, não se alongou ao abordar temas que a associação julga ser prioritários, como a retomada do crescimento econômico e o fomento do setor produtivo. Depois, em entrevista a jornalistas, resumiu: «Não tenho na ponta da língua a solução para o Brasil».

No evento, no qual falou por cerca de uma hora, Bolsonaro apontou por diversas vezes o economista Paulo Guedes, seu consultor, dizendo que ele poderia comentar assuntos da esfera econômica de forma mais abalizada. Empresários chegaram a sugerir que Guedes fosse ouvido em outra ocasião.

Eletrobras

Líder de pesquisas de intenção de voto em cenários sem o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato, Bolsonaro tem se apresentado como opção conservadora nos costumes e liberal na economia.

O pré-candidato, entretanto, questionou a possibilidade de privatização da Eletrobrás, afirmando que «o Brasil não pode ser um País que está em leilão». «Por que a Eletrobrás chegou onde chegou? Por que temos problemas em bancos? Porque foram indicações políticas. A princípio, eu reagiria (à privatização da estatal). Teria que ver o modelo», disse, afirmando que as privatizações «têm que ter critério». «Não podemos botar tudo para o mercado. Tem que desburocratizar, facilitar a vida de quem quer investir.»

O candidato criticou ainda o aumento do preço dos combustíveis – «não pode a Petrobras querer tirar o prejuízo da roubalheira no preço» – e o governo Temer. «O que está sendo feito hoje é governabilidade ou ‘assaltabilidade’?». Ao mencionar a reforma trabalhista, declarou que «aos poucos, a população vai entendendo que é melhor menos direitos e emprego do que todos os direitos e desemprego».

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