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Diarista diz ter ajudado reencontro de 5 mil famílias

Lindalva ajuda os jovens de Israel Arquivo Pessoal

A busca de uma diarista pela filha fez nascer há dez anos a mulher que se tornou referência para jovens de Israel que procuram suas famílias biológicas brasileiras.

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Lindalva Matos, 59 anos, ou Tia Xereta, como ficou também conhecida, conta receber ao menos 10 pedidos de ajuda todos os dias de pessoas do país e do exterior que querem encontrar algum membro desaparecido da família.

Desde que descobriu seu “dom” neste tipo de investigação, Lindalva diz ter possibilitado o reencontro de ao menos 5 mil famílias. “Não cobro pela ajuda. O que gosto mesmo é quando recebo a foto da mãe e do filho juntos, abraçados.”

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Seu trabalho teve início com um drama pessoal. Há 14 anos, ela procurou ajuda de uma mulher que auxiliava em buscas de desaparecidos para poder encontrar a filha que havia dado para doação quando ainda era bebê. “Não tinha condição de criá-la, era muito jovem.  Mas sempre quis saber se estava tudo bem. Como esta mulher tinha muitos casos, acabei virando amiga dela. Reencontrei minha filha e continuei ajudando os outros também”, conta.

Lindalva largou o trabalho como diarista há dois anos para se dedicar apenas às buscas. Ela mantém seus métodos de investigação em segredo. “É um trabalho muito delicado, que envolve a privacidade das pessoas.”

Lindalva conta que a procura de jovens de Israel por suas famílias biológicas no Brasil cresceu nos últimos anos. “Essa história não é nova, mas agora os bebês daquela época são adultos, que querem respostas sobre suas origens.”

Lindalva diz ter possibilitado o reencontro de ao menos 10 deles com seus pais biológicos. “O que acontece muitas vezes é que a família era humilde, sem condições de ficar com a criança. A rede da Arlete tinha gente que procurava casos como esse e prometia uma vida melhor para a criança. Nenhuma mãe que conheci vendeu o bebê”, conta. Ela afirma ter atendido uma mulher que foi submetida a uma cesárea aos oito meses de gravidez e teve o bebê roubado pelo grupo. “Ela tinha olhos azuis e a quadrilha preferia a característica para vender a criança.”

Casos como o de Dana, porém, são mais difíceis de resolver, diz a Tia Xereta. “Quando a documentação é toda falsa, só com DNA para encontrar. As redes sociais podem ajudar.”  

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