Os trabalhadores da Mercedes-Benz em São Bernardo decretaram na segunda-feira (14) greve por tempo indeterminado. Empresa e metalúrgicos estão em negociação para reajuste salarial, processo que deveria ter sido encerrado na sexta-feira passada.
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O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC afirma não concordar com a proposta da montadora alemã. Apesar de não revelar números, a entidade diz que a Mercedes oferece abono aos funcionários em vez de aumento real adicionado aos salários.
“Buscamos construir proposta e a empresa está dificultando. Estamos em greve até que o acordo avance. Queremos a incorporação no salário do valor e a empresa quer discutir o abono, não quer incorporar nada. Ano passado não houve reajuste nenhum, mas agora estamos em outra situação”, afirma o coordenador da Comissão de Negociação na fábrica pelo sindicato, Ângelo Máximo Oliveira Pinho, o Max.
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Após demissões e queda na produção em 2016, a montadora anunciou em março modernização da fábrica de São Bernardo e criação de 220 vagas. Entre janeiro e abril deste ano, houve crescimento na produção de caminhões e ônibus em 54,9% e 81,7%, respectivamente, de acordo com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
Apesar do bom momento, impulsionado principalmente pelas exportações, Max afirma que a Mercedes quer demitir cerca de 340 funcionários da área administrativa.
A negociação salarial também envolve estabilidade nas vagas. O sindicato pede ainda que o cálculo da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) leve em conta a exportação dos itens agregados, como motor e câmbio.
A Mercedes confirmou a paralisação na produção ontem, mas afirmou que não comentará detalhes sobre a negociação salarial.
De acordo com o sindicato, a fábrica de São Bernardo tem cerca de 8 mil funcionários e fabricação diária de 170 veículos. O salário médio de um metalúrgico na empresa é de R$ 6,8 mil.